Governo Lula reage com irritação à participação de Milei em evento conservador

A participação do presidente da Argentina, Javier Milei, em um evento conservador no Brasil, tem gerado reações e expectativas dentro do governo Lula. Há uma percepção de que Milei, incentivado por setores bolsonaristas e buscando se posicionar como uma figura de destaque na direita, poderá adotar um tom crítico elevado em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de não haver um encontro planejado entre Milei e Lula durante sua visita, o argentino tem um jantar agendado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que intensifica o clima político envolvendo os três líderes. No domingo, Milei está programado para fazer uma palestra no CPAC Brasil, um evento conhecido por reunir lideranças conservadoras. A agenda ainda está sendo finalizada, mas a expectativa é que seu discurso possa ter repercussões políticas significativas, com potenciais implicações diplomáticas entre Brasil e Argentina, dependendo do teor de suas declarações.

Apesar dos atritos públicos entre Lula e Milei, diplomatas brasileiros e argentinos têm trabalhado para preservar as relações bilaterais. A chanceler argentina, Diana Mondino, mantém uma boa relação com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e ambos têm buscado manter um diálogo construtivo, apesar das divergências políticas entre os líderes dos dois países. Antes de sua viagem ao Brasil, Milei renovou suas críticas a Lula, acusando-o de corrupção e desafiando qualquer necessidade de se desculpar por suas declarações anteriores.

Em contrapartida, Lula afirmou que Milei deveria pedir desculpas por suas alegações infundadas durante a campanha eleitoral argentina. Por fim, Milei decidiu não participar da Cúpula do Mercosul em Assunção, justificando uma agenda intensa. Enquanto isso, Lula confirmou sua presença no evento, indicando um contraste nas agendas políticas e um cenário dinâmico nas relações diplomáticas regionais.