Lula recebe a pior notícia da maior entidade representativa do Agro

João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), expressou duras críticas ao governo federal e afirmou categoricamente que se recusa a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração ocorreu nesta terça-feira (11), durante um almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) dedicado à discussão da MP do PIS/Cofins. Em seu discurso, Martins demonstrou seu descontentamento com o atual governo, classificando-o como um "desgoverno". Segundo Martins, o presidente Lula manifestou interesse em dialogar, conforme informado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. No entanto, Martins foi enfático ao afirmar que não deseja se encontrar com o presidente. "Eu não quero falar com o presidente Lula. Eu me recuso a falar com o presidente Lula, porque nós estamos vivendo um desgoverno. Vocês que fazem o Congresso, que fazem com que no Congresso as coisas aconteçam, está na hora da gente dizer que o país precisa de um plano para poder se desenvolver. O país não pode ficar à mercê do momento que o agro vai bem, o país vai bem," disse João Martins. A Medida Provisória em questão, apelidada de "MP do fim do mundo", limita o uso de créditos de PIS/Cofins para compensar a despesa com a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, afetando o agronegócio, além dos setores de alimentação e bebidas. A medida também impacta municípios com até 156 mil habitantes, gerando grande preocupação entre os representantes do setor. Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também criticou a medida e afirmou que o presidente Lula deveria retirá-la. Em um movimento estratégico, parlamentares do setor agropecuário planejam se reunir com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a possível devolução do texto. As declarações de João Martins e a reação dos representantes do setor agropecuário sublinham um crescente descontentamento com as políticas do governo federal. A recusa de Martins em dialogar com Lula e as críticas contundentes destacam a tensão entre o agronegócio e o Executivo, evidenciando uma crise de confiança e uma demanda por políticas que promovam o desenvolvimento sustentável do setor.