Finalmente Moraes se declara impedido, mas mantém prisões

O ministro Alexandre de Moraes decidiu manter a prisão preventiva de dois homens acusados de ameaçá-lo e a sua família. No entanto, após as prisões, ele se declarou impedido de continuar conduzindo o caso devido à natureza pessoal das ameaças. O processo será encaminhado a outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os detidos são o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, atualmente lotado no Comando da Marinha, e Oliverino de Oliveira Júnior. Ambos são investigados pela Polícia Federal por ameaças e perseguição. O advogado de Raul, Darlan Almeida, afirmou que seu cliente ficou "extremamente surpreso e perplexo" ao descobrir o motivo da prisão e negou as acusações. Almeida também mencionou que, até o final da tarde, ainda não tinha acesso aos documentos que determinaram a prisão preventiva e os mandados de busca e apreensão. O presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, criticou a decisão de Moraes de ordenar as prisões dos dois suspeitos. “A lei brasileira não permite que a vítima julgue o próprio caso”, declarou Simonetti. Ele argumenta que o STF comete um erro ao julgar indivíduos sem foro privilegiado. As observações de Simonetti refletem uma preocupação crescente com a imparcialidade e a integridade do processo judicial, especialmente quando envolvem figuras importantes do cenário político e jurídico do país.