Entre os dias 23 e 26 de abril, um acontecimento de grande relevância no cenário jurídico brasileiro ocorreu em solo britânico. A British American Tobacco (BAT) Brasil, empresa com processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), financiou um encontro jurídico em Londres, cuja lista de convidados incluía ministros do mais alto tribunal do país. A informação é da revista Oeste
O luxuoso hotel The Peninsula foi o cenário escolhido para sediar o evento, que contou com a presença dos ministros do STF, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Destaca-se que Dias Toffoli é o relator de um processo de interesse da BAT perante o STF, trazendo à tona questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse e influências externas no sistema judiciário.
Apesar das tentativas de contato, os ministros do STF não se pronunciaram sobre o assunto, deixando incertezas sobre a natureza e as implicações desse encontro internacional. Por sua vez, a BAT emitiu uma nota enfatizando a importância do evento como um espaço para discutir os desafios dos investimentos no Brasil, especialmente no que diz respeito à segurança jurídica e à concorrência justa.
Além dos ministros do STF e representantes do governo Lula, o evento também contou com a presença de executivos de empresas privadas e juízes de cortes superiores, sublinhando sua relevância no panorama jurídico e político nacional.
A organização do evento ficou a cargo do Grupo Voto, conhecido por promover encontros de destaque, como o almoço entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e empresários em São Paulo, no ano de 2022. O Grupo descreveu o encontro em Londres como um espaço crucial para debater os desafios dos investimentos no Brasil, com foco na segurança jurídica e na equidade competitiva.
A BAT é membro da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), entidade que atua no STF em um processo que busca anular uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2012. Essa resolução impôs restrições ao uso de aditivos, como aromatizantes e flavorizantes, em produtos de tabaco.
O caso em questão está em tramitação no STF sob o regime de repercussão geral, o que implica que a decisão dos ministros terá impacto em todos os tribunais do país. O fato de o ministro Toffoli, relator do processo da BAT, ter participado do evento patrocinado pela empresa levanta questões éticas e suscita preocupações sobre a independência do judiciário e a transparência nas relações entre setores empresariais e políticos.
Diante desses acontecimentos, o debate sobre a lisura das relações entre poder público e setor privado ganha relevância, exigindo uma análise minuciosa das interações entre esses atores no contexto brasileiro e internacional.
O apresentador Tiago Pavinatto, do programa Linha de Frente e Os Pingos nos Is, foi demitido da Jovem Pan nesta terça-feira (22). A demissão ocorreu após o advogado e comentarista político se recusar a pedir desculpas a um desembargador que foi chamado por ele de “vagabundo tarado”. Nesta segunda (21), Pavinatto comentou a decisão do desembargador Airton Vieira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), de ter inocentado um acusado de estupro contra uma menina de 13 anos. Exaltado com a notícia, Pavinatto ofendeu o magistrado e, mesmo a emissora pedindo para que ele se desculpasse, o profissional se negou. – A direção da casa está pedindo uma retratação ao desembargador Airton Vieira e eu não vou fazer. E eu deixo claro aqui: eu não vou fazer uma retratação para uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo, e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda – declarou. E continuou: – Eu me nego a fazer. Estou sendo cobrado insistentemente a me retratar. Eu n