O jornal O Estado de São Paulo, em editorial desta terça-feira (9), abordou a controvérsia entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e Elon Musk, proprietário da rede social X.
O texto compara Moraes à "Rainha de Copas" de "Alice no País das Maravilhas", destacando a percepção de tirania da personagem que executava aqueles que a desafiavam.
O Estadão argumenta que incluir Musk em investigações da Corte Suprema brasileira por Moraes "destaca o aspecto arbitrário" desses inquéritos. Critica a conduta do ministro e a "complacência excessiva" dos outros magistrados com suas "decisões cada vez mais questionáveis".
"Ameaçar descumprir ordem judicial, convenhamos, não é crime, razão pela qual não se justifica a abertura de um inquérito nem no Brasil nem em nenhum outro país civilizado. Se e quando Musk vier a descumprir uma decisão exarada por qualquer magistrado do país, que sobre ele recaiam as consequências de sua insubordinação, mas não antes", aponta o jornal.
A publicação questiona a base das alegações de Moraes contra Musk, mencionando a necessidade de "uma interpretação forçada" para entender a "suposta manipulação criminosa" da X por Musk.
"O empresário teceu críticas a decisões que Moraes, de fato, tem tomado – e não de hoje – ao arrepio das garantias individuais e direitos fundamentais assegurados pela Constituição que ele tem por dever defender", acrescenta o jornal.
O editorial conclui que os "excessos" do Supremo comprometem a legitimidade de suas decisões e contribuem para a erosão da confiança no Judiciário.
"Como bem disse recentemente o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a Corte precisa ser “menos proeminente”. Seria ótimo se isso ocorresse. Mas é difícil imaginar um Supremo menos “proeminente” enquanto seus ministros procurarem holofotes, anteciparem votos em entrevistas, participarem de colóquios políticos ou usarem a força de sua caneta para intimidar quem ousa criticá-los", finaliza.
O apresentador Tiago Pavinatto, do programa Linha de Frente e Os Pingos nos Is, foi demitido da Jovem Pan nesta terça-feira (22). A demissão ocorreu após o advogado e comentarista político se recusar a pedir desculpas a um desembargador que foi chamado por ele de “vagabundo tarado”. Nesta segunda (21), Pavinatto comentou a decisão do desembargador Airton Vieira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), de ter inocentado um acusado de estupro contra uma menina de 13 anos. Exaltado com a notícia, Pavinatto ofendeu o magistrado e, mesmo a emissora pedindo para que ele se desculpasse, o profissional se negou. – A direção da casa está pedindo uma retratação ao desembargador Airton Vieira e eu não vou fazer. E eu deixo claro aqui: eu não vou fazer uma retratação para uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo, e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda – declarou. E continuou: – Eu me nego a fazer. Estou sendo cobrado insistentemente a me retratar. Eu n