O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), disse no último sábado (16) que “parece inequívoca” a participação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) em supostas articulações para anular o resultado das eleições de 2022.
Em entrevista à TV 247, canal do site lulista Brasil 247 no YouTube, o ministro afirmou que os depoimentos prestados pelos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Júnior (Aeronáutica) confirmariam as suspeitas de que Bolsonaro teria o que Gilmar chamou de “intentos golpistas”.
Estamos diante de uma investigação consistente e que tira toda aquela ideia de que estamos a fazer dedução ou que estamos a fazer ilações sobre a responsabilidade por todos esses fatos lamentáveis – afirmou o ministro do STF.
Na entrevista, o ministro do STF também descartou a possibilidade de concessão de anistia para os investigados por atos e articulações relacionados ao 8 de janeiro.
– Isso tem que ser claramente repudiado. É incogitável – disse.
Na avaliação do decano, daqui para frente seria preciso criar instrumentos para evitar a militarização da política. Ele rechaça, por exemplo, a interpretação de que o artigo 142 do texto constitucional permite a intervenção das Forças Armadas como um Poder Moderador.
– Estivemos muito próximos, se não de um golpe, de uma quartelada, vamos chamar assim, porque eu imagino, considerando a força da institucionalidade do Brasil, a complexidade da nossa sociedade, que não é tão fácil hoje reunir um grupo de soldados e dar um golpe. Até é possível invadir palácios, como nós vimos no 8 de janeiro, mas paga-se um preço – completou.
*Com informações AE
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