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“Sim, nós pintamos meio fio”: Blog oficial do Exército divulga texto em resposta a críticas

Em dissertação publicada como obvia resposta à parcela da sociedade, que alega – desde dezembro de 2022 – que o Exército Brasileiro “só serve para pintar meio fio”, críticos à suposta inação dos oficiais generais que comandam as Forças Armadas diante de insistentes pedidos de ações que analistas militares mais conservadores acreditavam que poderiam atirar o país no caos completo, o Tenente Coronel Maurício Gröhs, que comanda um dos depósitos de suprimeitos da força terrestre, discorre sobre questões como o simbolismo que há nas atividades ordeiras e rotineiras dos militares do Exército Brasileiro.

O oficial – de soslaio – critica o relativismo cultural ao dizer que em nossa sociedade “o belo está se perdendo”. Ele também discorre um pouco sobre o conservadorismo do Exército, destaca a força como como não estática e como exemplo disso menciona o fim de uma regra que absurdamente perdurou até os anos 2000, proibindo e punindo militares que fardados incorressem no terrível erro de usar guarda-chuva – sem mencionar que oficiais generais desembarcando de carros oficiais sempre eram a exceção permitida.

Por fim, o texto dá a entender que em meio ao caos alguém – o Exército – precisa impor a ordem: “Precisamos ser a ordem em meio ao caos“.


Sim, nós pintamos o meio-fio! E também engraxamos nossos coturnos. Sim, nós cortamos a grama! E também temos nossos cabelos cortados. Nós prezamos pela ordem em desfavor do caos. “Deixe sua casa em perfeita ordem antes de criticar o mundo”, defende o pensador canadense Jordan B. Peterson 1.

O belo está se perdendo na sociedade contemporânea, em todos os aspectos da cultura. Nas esculturas, na música, na arquitetura, na aparência e na comunicação. Na conduta, princípios basilares de convivência social são constantemente relativizados.

O Exército Brasileiro é uma instituição conservadora. Mas isso não significa que seja rígida ao ponto de ser estática. A instituição moderniza-se constantemente; como por exemplo: o Projeto Estratégico Cobra, com substituição dos Fuzis 7,62 M964 pelos Fuzis IMBEL IA2; o Programa Estratégico Forças Blindadas, com aquisição de viaturas blindadas (VBTP GUARANI e LMV, da Iveco Veículos de Defesa), equipadas com tecnológicos sistemas de comando e controle e de armas remotamente controladas (torres REMAX). Ambos fomentam a inovação no país e contribuem para o fortalecimento da dissuasão.


Há evolução também na dimensão humana. Neste aspecto, merece destaque o recente ingresso das mulheres na linha de ensino militar bélico do Exército Brasileiro. Em 2018, a Escola de Sargentos de Logística formou as primeiras Sargentos de carreira de Intendência e de Material Bélico. Em 2021, a Academia Militar das Agulhas Negras formou as primeiras Aspirantes a Oficial dessas especialidades.

Há sempre aquelas regras que mudam. Pense na seguinte imagem: um militar fardado, de guarda-chuva e mochila (preta) nas costas. Uma transgressão disciplinar clara nos anos 2000, mas não nos dias atuais.

Estes exemplos servem para ilustrar que ser conservador não significa ser contra mudanças. Significa, sim, conservar “um conjunto de valores, deveres e princípios de ética que são referenciais fixos, imutáveis e universais” 2, em meio às mudanças necessárias face a evoluções de cenários do mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo 3 que vivemos.


Os valores, os deveres e a ética militar devem constituir uma base imutável, ou seja, não podem ser relativizados. O Vade-Mécum 10 de Cerimonial Militar do Exército é claro quanto a isso e reforça o argumento, lembrando que estes elementos basilares devem pautar a vida do militar, como cidadão e como soldado 4. Não pode haver uma dupla personalidade!

Integridade. Palavra com muito significado. Tomando como referência Stephen R. Covey, integridade pode ser definida como a capacidade de assumir compromissos e honrá-los, vivendo com base em princípios imutáveis e universais 5.

Todos nós, militares, devemos honrar o compromisso do soldado 6. Devemos optar pela ordem, devemos voltar nossas ações para manutenção da integridade pessoal, da instituição e da Pátria. E trabalhamos diariamente para que o caos de valores não se transforme em nosso “novo normal”, para que não haja relativização de valores.

Imagine a seguinte situação hipotética: “Ah, mas o militar só pegou uma farda que não era dele. Ele será excluído ‘a bem da disciplina’ só por isso?” Poderiam ser descritos aqui, longamente, os fundamentos dessa decisão que, para alguns “desatentos”, poderia parecer drástica.

Mas foquemos apenas em algo escrito há muito tempo e ainda válido: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito. Quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito” (Lucas 16:10-11) 7. Não pode haver relativização!

É dever militar zelar pelo patrimônio público de que dispomos para cumprir nossa missão. Mas, além disso, o meio-fio pintado e a grama cortada fazem parte do nosso “deixar a casa em perfeita ordem”, visto que transmitem “significados e valores que nos são relevantes e que desejamos conscientemente expressar” 8.

Assim como cuidamos de nosso patrimônio, devemos sempre fortalecer a dimensão humana da Força Terrestre. É nosso dever prezar pela ordem, prezar por valores centenários, historicamente defendidos por nossos heróis, representados principalmente pelos patronos (estando Duque de Caxias no pináculo desta nobre galeria).

É assim que tem que ser. Precisamos ser a ordem em meio ao caos.

Revista Sociedade Militar/Robson Augusto

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