O novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta terça-feira (10/10), aponta que, apesar da pobreza infantil no Brasil ter diminuído, os números seguem alarmantes e carecem de políticas públicas eficazes, especialmente na área da saúde.
Um desses exemplos é o percentual de crianças na pobreza multidimensional, que caiu de 62,9%, em 2019, para 60,3%, em 2022, o que equivale a 31,9 milhões de crianças e adolescentes privados de um ou mais direitos, de um total de 52,8 milhões no Brasil.
O levantamento avaliou vários âmbitos da vida de crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 17 anos, como: alimentação, educação, informação, moradia, renda e saneamento, e apontou as principais privações entre eles, destacando os vários níveis de pobreza envolvendo as crianças brasileiras.
"Uma privação intermediária tem a ver com a qualidade, em como esse direito é privado, enquanto a extrema tem a ver com a ausência, com a completa falta desse direito", explica Varella.
Quais estados mais afetados?
Os estados mais afetados estão no Norte e no Nordeste do Brasil. Em 2022, quatro dos 27 estados apresentavam mais de 90% de crianças e adolescentes sofrendo privação de algum de seus direitos fundamentais. São eles Pará, Amapá, Maranhão e Piauí.
Por outro lado, apenas nos estados do Sudeste e no Distrito Federal encontram-se percentuais de crianças e adolescentes inferiores a 50%, e apenas dois deles abaixo de 40% — São Paulo e Brasília.
No entanto, o levantamento avalia que grande parte da privação dos direitos pode ser reflexo das condições econômicas regionais, em que crianças e adolescentes vivem abaixo da linha de pobreza monetária em estados com menor PIB per capita.
Os âmbitos que causam preocupação
A educação se provou um ponto de extrema preocupação, uma vez que, especialmente as crianças em período de alfabetização, foi diretamente impactada pela pandemia de covid-19.
Os dados envolvendo a questão racial também chamam a atenção. Apesar de ter diminuído de cerca de 22 pontos percentuais em 2019, em 2022 se reduz para pouco mais de 20 pontos percentuais. Contudo, as crianças negras correspondem, em 2022, a 68,8% dos crianças que tem alguma privação, enquanto as brancas são 48,2%.
Alfabetização
Saber ler e escrever é uma das temáticas em que o índice de crianças privadas desse direito é alto. Neste quesito, o estudo avaliou dois aspectos entre crianças que estão na escola na idade certa e se são alfabetizadas.
De acordo com o relatório, a proporção de crianças de 7 e 8 anos de idade que não sabem ler e escrever dobrou e saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022. As mais afetadas foram as crianças negras e aquelas que estavam no período de alfabetização na pandemia.
Na questão de estar na escola na idade certa, houve melhora em 2022, mas que podem estar relacionados diretamente a aprovação automática na pandemia.
“De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no país foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro" alerta Santiago Varella, especialista em políticas sociais do Unicef no Brasil.
Informação
O acesso à informação, envolvendo a internet e a televisão, foi o que mais apresentou queda entre 2019 e 2022, saindo de 14% para 6,1%, destacando a melhoria no acesso de meninas e meninos à informação.
FONTE: Camilla Germano - Correio Braziliense
O novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta terça-feira (10/10), aponta que, apesar da pobreza infantil no Brasil ter diminuído, os números seguem alarmantes e carecem de políticas públicas eficazes, especialmente na área da saúde.
Um desses exemplos é o percentual de crianças na pobreza multidimensional, que caiu de 62,9%, em 2019, para 60,3%, em 2022, o que equivale a 31,9 milhões de crianças e adolescentes privados de um ou mais direitos, de um total de 52,8 milhões no Brasil.
O levantamento avaliou vários âmbitos da vida de crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 17 anos, como: alimentação, educação, informação, moradia, renda e saneamento, e apontou as principais privações entre eles, destacando os vários níveis de pobreza envolvendo as crianças brasileiras.
"Uma privação intermediária tem a ver com a qualidade, em como esse direito é privado, enquanto a extrema tem a ver com a ausência, com a completa falta desse direito", explica Varella.
Quais estados mais afetados?
Os estados mais afetados estão no Norte e no Nordeste do Brasil. Em 2022, quatro dos 27 estados apresentavam mais de 90% de crianças e adolescentes sofrendo privação de algum de seus direitos fundamentais. São eles Pará, Amapá, Maranhão e Piauí.
Por outro lado, apenas nos estados do Sudeste e no Distrito Federal encontram-se percentuais de crianças e adolescentes inferiores a 50%, e apenas dois deles abaixo de 40% — São Paulo e Brasília.
No entanto, o levantamento avalia que grande parte da privação dos direitos pode ser reflexo das condições econômicas regionais, em que crianças e adolescentes vivem abaixo da linha de pobreza monetária em estados com menor PIB per capita.
Os âmbitos que causam preocupação
A educação se provou um ponto de extrema preocupação, uma vez que, especialmente as crianças em período de alfabetização, foi diretamente impactada pela pandemia de covid-19.
Os dados envolvendo a questão racial também chamam a atenção. Apesar de ter diminuído de cerca de 22 pontos percentuais em 2019, em 2022 se reduz para pouco mais de 20 pontos percentuais. Contudo, as crianças negras correspondem, em 2022, a 68,8% dos crianças que tem alguma privação, enquanto as brancas são 48,2%.
Alfabetização
Saber ler e escrever é uma das temáticas em que o índice de crianças privadas desse direito é alto. Neste quesito, o estudo avaliou dois aspectos entre crianças que estão na escola na idade certa e se são alfabetizadas.
De acordo com o relatório, a proporção de crianças de 7 e 8 anos de idade que não sabem ler e escrever dobrou e saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022. As mais afetadas foram as crianças negras e aquelas que estavam no período de alfabetização na pandemia.
Na questão de estar na escola na idade certa, houve melhora em 2022, mas que podem estar relacionados diretamente a aprovação automática na pandemia.
“De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no país foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro" alerta Santiago Varella, especialista em políticas sociais do Unicef no Brasil.
Informação
O acesso à informação, envolvendo a internet e a televisão, foi o que mais apresentou queda entre 2019 e 2022, saindo de 14% para 6,1%, destacando a melhoria no acesso de meninas e meninos à informação.
FONTE: Camilla Germano - Correio Braziliense
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