O presidente Jair Bolsonaro viaja neste domingo (23), para Quito, no Equador, onde acompanhará a posse do novo presidente, Guillermo Lasso, programada para a próxima segunda-feira (24). Candidato liberal e de centro-direita, Lasso derrotou nas urnas o candidato Andrés Arauz, que tinha como mentor o ex-presidente Rafael Correa, expoente da esquerda no país.
Essa é uma das poucas viagens de Bolsonaro para prestigiar a posse de um presidente na América Latina. Em março de 2020, ele foi ao Uruguai acompanhar a posse de Luis Lacalle Pou, eleito à frente de uma coalizão de direita após 15 anos de governos de esquerda.
O presidente brasileiro, porém, não compareceu às cerimônias que empossaram Alberto Fernández na Argentina, em dezembro de 2019, e Luís Arce na Bolívia, em novembro do ano passado.
A viagem demonstra a disposição de Bolsonaro em tentar fortalecer o Prosul, um novo fórum criado em março de 2019 para o desenvolvimento da América do Sul e que é visto como uma forma de países da região isolarem a Venezuela, governada por Nicolás Maduro. Após a fundação do grupo, o Brasil formalizou sua saída da Unasul, criada em 2008, quando a maioria dos países da região era governada por políticos de centro e centro-esquerda.
Também devem comparecer à posse de Lasso outros presidentes de direita, como Lacalle Pou, do Uruguai, e Iván Duque, da Colômbia.
A ida de Bolsonaro também sinaliza a busca pela retomada de alianças regionais para fazer frente aos países liderados pela esquerda, sobretudo em um momento em que o Peru vai às urnas para decidir seu próximo governante. No próximo dia 6 de junho, os peruanos decidem em segundo turno entre Pedro Castillo, candidato da esquerda, e Keiko Fujimori, candidata da direita e filha do ex-presidente Alberto Fujimori, em um pleito extremamente polarizado.
Em abril, Bolsonaro já havia saudado Lasso pela vitória nas urnas. Em postagem nas redes sociais, o presidente brasileiro desejou sucesso ao novo governo do país vizinho.
– Estou certo de que estreitaremos ainda mais os laços que unem nossas nações e trabalharemos pela liberdade em nossa região – escreveu à época