Vídeo: Blogueiro da GloboNews reclama do 'risco' de Trump classificar o Comando Vermelho como grupo terrorista
Um blogueiro da GloboNews expressou preocupação com a possibilidade de o governo de Donald Trump classificar o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do Brasil, como grupo terrorista. A crítica, que circula em debates recentes, aponta para os supostos "riscos" que essa designação poderia trazer, embora os detalhes do argumento não tenham sido amplamente especificados pelo comentarista. A discussão surge em um contexto no qual Trump, em seu segundo mandato iniciado em janeiro de 2025, intensificou políticas contra o crime organizado internacional, assinando decretos que enquadram cartéis de drogas como organizações terroristas, medida que pode eventualmente alcançar facções brasileiras como o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A classificação de grupos como o Comando Vermelho como terroristas pelos Estados Unidos reflete uma estratégia mais ampla de Trump para combater o tráfico de drogas e a violência transnacional. Em 19 de fevereiro de 2025, o Departamento de Estado americano listou cartéis como o de Sinaloa e o Tren de Aragua como organizações terroristas globais, seguindo uma ordem executiva de Trump. Especialistas indicam que facções brasileiras poderiam ser incluídas nessa lista devido a suas operações transnacionais, como o tráfico de cocaína e a presença de membros em países vizinhos. No Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, já negocia com os EUA para que o CV receba essa designação, o que poderia facilitar ações repressivas mais duras.
O receio levantado pelo blogueiro da GloboNews parece girar em torno das implicações práticas dessa medida. Classificar o Comando Vermelho como grupo terrorista poderia trazer consequências como sanções econômicas, maior vigilância internacional e até ações diretas dos EUA, dependendo de acordos bilaterais. No entanto, críticos dessa visão argumentam que a militarização do combate ao crime organizado, sem enfrentar suas raízes sociais, como pobreza e desigualdade, pode agravar a violência urbana no Rio de Janeiro, onde o CV tem forte presença. A experiência com cartéis mexicanos sugere que tal abordagem intensifica confrontos armados sem desmantelar as redes criminosas.
Por outro lado, defensores da medida apontam que o Comando Vermelho já pratica atos que se encaixam em definições de terrorismo, como ataques a delegacias e uso de violência para intimidar a população e o Estado. Um exemplo recente ocorreu em 15 de fevereiro de 2025, quando membros do CV destruíram a 60ª Delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para libertar líderes presos. A designação terrorista poderia permitir o congelamento de ativos financeiros da facção e o indiciamento de associados por terrorismo nos EUA, ampliando as ferramentas de repressão disponíveis às autoridades brasileiras e americanas.
A posição do blogueiro da GloboNews contrasta com a de figuras como o senador Sérgio Moro (União-PR), que planeja propor no Senado um projeto para classificar o PCC como organização terrorista, inspirado no exemplo de Trump. Moro argumenta que tratar essas facções como grupos terroristas reflete a gravidade de suas ações e pode fortalecer a segurança pública. Já o governador Cláudio Castro vê na colaboração com os EUA uma chance de enfraquecer o Comando Vermelho, que controla áreas estratégicas do Rio e desafia o poder do Estado com frequência crescente.
O debate expõe uma divisão sobre como lidar com o crime organizado no Brasil. Enquanto alguns temem que a abordagem de Trump traga mais instabilidade, outros a enxergam como uma oportunidade de romper o domínio de facções como o Comando Vermelho. Até o momento, a Casa Branca não confirmou se o CV será oficialmente incluído na lista de organizações terroristas, mas o tema continua a gerar controvérsia, tanto no Brasil quanto internacionalmente, à medida que as políticas de Trump avançam.