O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que acionará o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para pedir a cassação do mandato do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) devido a declarações consideradas machistas e ofensivas contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
A reação veio após Gayer, em 12 de março, afirmar no plenário da Câmara e em redes sociais que o presidente Lula tratou Gleisi como uma "cafetina" ao chamá-la de "mulher bonita" em um evento no Palácio do Planalto. O PT também planeja apresentar uma denúncia criminal à Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando violência política de gênero. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, namorado de Gleisi, chamou Gayer de "canalha" e "assassino", citando um acidente de 2000 em que o deputado, dirigindo embriagado, causou a morte de uma pessoa. As bancadas femininas do PT no Congresso emitiram uma nota de repúdio, classificando as falas como "misóginas" e "violentas".
A controvérsia começou quando Lula, em 12 de março, disse que escolheu Gleisi para a articulação política por ser uma "mulher bonita", o que foi interpretado por Gayer como uma objetificação da ministra. O deputado, conhecido por sua postura bolsonarista, usou o termo "cafetina" e sugeriu que Lula a "ofereceu como objeto sexual" para negociar com o Congresso, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Em outra publicação, Gayer provocou Lindbergh, perguntando se ele aceitaria que seu "chefe" oferecesse sua esposa "como um cafetão oferece uma garota de programa".
Alcolumbre, também citado, anunciou que processará Gayer e pedirá sua cassação no Conselho de Ética, enquanto a defesa do deputado alega que ele estava "defendendo" Gleisi da fala de Lula. A situação escalou rapidamente, com o PT e aliados mobilizando-se contra Gayer, enquanto ele insiste que suas críticas foram direcionadas a Lula.
O caso expõe tensões políticas e jurídicas em um Congresso polarizado, especialmente em um ano pré-eleitoral como 2025, com impacto nas articulações para 2026.
Se o Conselho de Ética acolher o pedido do PT, Gayer pode enfrentar sanções que vão de advertência à perda do mandato, dependendo da gravidade reconhecida de suas declarações. A imunidade parlamentar, que protege falas no exercício do mandato, será um ponto de debate, mas Alcolumbre argumenta que ela "não serve para agredir pessoas".
A PGR também será acionada para avaliar possíveis crimes de injúria e violência de gênero, o que pode levar a um processo criminal paralelo. O desfecho dependerá da análise do Conselho de Ética e da pressão política, mas o episódio já intensifica o confronto entre o PT e a oposição bolsonarista, com Gleisi defendendo Lula e rejeitando o que chama de "ataques canalhas" de Gayer.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...