O clima segue quente no Psol. Como destacamos em fevereiro, uma disputa pelo comando da bancada do partido na Câmara dos Deputados trouxe à tona incômodos de mais de uma década.
E os psolistas seguem trocando farpas, como mostra reportagem do portal Uol. Os ataques, que são trocados anonimamente no texto, envolvem desabonadores como “mentiroso”, “imaturo”, “palhaço”, “atitude de DCE”, em referência ao clima de Diretório Central dos Estudantes de alguns dos membros do partido, e “crianças mimadas e birrentas”.
De um lado está a ala alegadamente pragmática, representada pelo deputado federal Guilherme Boulos (SP). Fazem parte desse grupo os deputados Ivan Valente (RJ), Erika Hilton (SP), Talíria Petrone (RJ) e Tarcísio Motta (RJ), entre outros.
Desde 2009
O outro grupo, minoritário, é encabeçado pelo deputado Glauber Braga (RJ, foto), que já ameaçou deixar a legenda, e composto por Chico Alencar (RJ), Fernanda Melchiona (RS), Luiza Erundina (SP) e Sâmia Bomfim (SP). Eles reclamam de se sentirem sufocados pelo grupo majoritário, que prefere se alinhar ao PT, inclusive no discurso de austeridade fiscal.
A briga se escancarou em fevereiro, quando um assessor parlamentar que critica a ala majoritária foi demitido, mas a ferida foi aberta em 2009, quando essa ala majoritária tomou o comando do partido em convenção.
“Autoritarismo de Boulos”
David Deccache, o assessor econômico demitido, reclamou do “autoritarismo de Boulos”. A tensão foi acirrada porque o grupo majoritário não abra mão de comandar a bancada do partido.
Boulos começou a ser especulado nesta semana para assumir um ministério no governo Lula.
A articulação reforça a desconfiança da ala minoritária do Psol sobre a pretensão do antigo líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de sair candidato com o apoio do petista mais uma vez — Boulos foi o candidato de Lula à Prefeitura de São Paulo em 2024.
Quem diria que um governo “do amor” poderia causar tanta discórdia…
O Antagonista
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...