a ministra Maria Elizabeth Rocha, recém-empossada como presidente do Superior Tribunal Militar (STM), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode perder sua patente de capitão reformado do Exército caso seja condenado por crimes militares. A declaração foi feita após sua cerimônia de posse, em Brasília, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela destacou que, após o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes comuns relacionados à suposta trama golpista de 2022, a Justiça Militar poderá avaliar infrações militares específicas. Para isso, o Ministério Público Militar (MPM) deve apresentar denúncias formais contra Bolsonaro. A ministra enfatizou que o STM só julga crimes militares, e o processo dependerá das conclusões do STF.
Maria Elizabeth Rocha apontou que crimes militares como "incitação à tropa" podem ser atribuídos a Bolsonaro, mas evitou detalhar as infrações, afirmando que identificá-las seria um "prejulgamento" sem a denúncia do MPM.
Ela explicou que, se condenado no STF e posteriormente no STM, Bolsonaro poderia ser submetido a um Conselho de Justificação, um tribunal de honra que avalia a dignidade de oficiais militares.
Esse conselho decidiria se ele mantém ou perde a patente, considerando penas superiores a dois anos de prisão, conforme previsto no Código Penal Militar. A ministra também mencionou que novos crimes militares podem surgir durante a investigação no STF.
Até o momento, o MPM não abriu investigação formal contra o ex-presidente, mas a possibilidade foi reforçada pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e outros 33 indivíduos.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...