O Pojeto de Lei (PL) da Anistia, que busca conceder perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, avançou inesperadamente na Câmara dos Deputados em 2025. Após meses de tramitação lenta e adiamentos, o PL 2858/2022, de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), ganhou impulso significativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última semana de fevereiro de 2025, surpreendendo analistas políticos que esperavam que a proposta permanecesse estagnada até o fim do mandato do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O avanço ocorreu após o relator, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), apresentar um parecer favorável em 26 de fevereiro de 2025, propondo anistiar crimes como tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e danos ao patrimônio público, desde que relacionados às manifestações de 8 de janeiro. A votação na CCJ, inicialmente prevista para outubro de 2024, foi interrompida por Lira, que determinou a criação de uma comissão especial. No entanto, pressões da bancada do PL, que reúne 92 deputados, e negociações com o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), eleito em 1º de fevereiro de 2025, levaram o tema de volta à CCJ com celeridade inesperada.
A aprovação na comissão foi apertada, com a oposição aproveitando a distração do Carnaval, entre 1º e 4 de março de 2025, para articular votos enquanto a base governista, liderada pelo PT, estava menos mobilizada. O PL agora segue para o plenário da Câmara, onde precisa de maioria simples para avançar ao Senado. Líderes do PL, como Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmaram que o partido condicionou seu apoio a Motta à garantia de que o projeto não seria engavetado, uma promessa que parece ter sido cumprida com esse avanço.
O governo Lula, por meio do líder José Guimarães (PT-CE), já sinalizou que tentará barrar o PL no plenário e, caso aprovado, no Senado, onde a base aliada é mais forte. A PGR e juristas têm alertado que a anistia a crimes contra o Estado Democrático de Direito pode ser inconstitucional, mas a oposição aposta no apoio de partidos do Centrão, como o PSD, para garantir os votos necessários.
O movimento reflete uma estratégia da direita para manter a pauta viva, especialmente após a denúncia contra Jair Bolsonaro em fevereiro de 2025, intensificando o embate político no Congresso.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...