O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de uma ação contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). A decisão atendeu a um pedido da defesa do parlamentar, apresentado ao STF na semana anterior. O caso investigava supostas fraudes na construção da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais. A obra foi realizada durante o segundo mandato de Aécio como governador, entre 2007 e 2010.
A investigação teve início em 2017, com base em delações de executivos da Odebrecht, que apontaram irregularidades na licitação da Cidade Administrativa. Segundo os delatores, Aécio teria organizado um cartel de empreiteiras para garantir a vitória na concorrência pública. Em troca, as empresas pagariam propinas equivalentes a 3% do valor da obra, orçada em R$ 1,8 bilhão na época. O inquérito apurava crimes como corrupção passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Em maio de 2020, a Polícia Federal indiciou Aécio e outras 11 pessoas por corrupção, desvio de recursos e falsidade ideológica.
O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 747 milhões, considerando superfaturamentos e contratações fictícias. Apesar disso, o Ministério Público de Minas Gerais e o Tribunal de Contas do Estado não identificaram irregularidades à época da obra. A defesa de Aécio sempre sustentou que a licitação foi regular e auditada por empresa independente.
O arquivamento decidido por Moraes ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestar-se contra a continuidade do processo em fevereiro de 2025.
A PGR concluiu que não havia provas suficientes para sustentar as acusações contra o deputado. O ministro acolheu o entendimento da procuradoria, encerrando o caso no STF antes de uma denúncia formal ser apresentada. Com isso, Aécio não será mais investigado por esses fatos no âmbito federal.
A Cidade Administrativa, inaugurada em 2010, é um complexo de prédios na região norte de Belo Horizonte, projetado por Oscar Niemeyer. A obra foi uma das marcas da gestão de Aécio como governador e至今 custou mais de R$ 1,8 bilhão aos cofres mineiros. Após o arquivamento, o caso não será remetido à primeira instância, pois a PGR descartou elementos para prosseguir. A decisão de Moraes põe fim a um processo que tramitava há quase oito anos.
Aécio Neves, atualmente deputado federal, foi governador de Minas Gerais entre 2003 e 2010 e candidato à Presidência em 2014. O arquivamento representa um alívio jurídico para o político, que enfrentou outras investigações nos últimos anos. A medida ocorre em um momento em que o STF analisa casos de corrupção envolvendo parlamentares, sob a relatoria de diversos ministros. Até 1º de março de 2025, não houve novos desdobramentos judiciais sobre o tema.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...