Uma reportagem da revista Piauí, publicada em 8 de março de 2025, revelou que o presidente Lula foi alertado por quatro pessoas sobre supostas importunações sexuais de Silvio Almeida contra Anielle Franco. Os alertas ocorreram meses antes das denúncias se tornarem públicas em setembro de 2024, via portal Metrópoles. A primeira investida teria acontecido em 30 de dezembro de 2022, durante um jantar da transição do governo. Almeida, então ministro dos Direitos Humanos, foi demitido por Lula em 6 de setembro de 2024, após o caso vir à tona.
Segundo a Piauí, uma das conversas com Lula ocorreu em março de 2024, seis meses antes da divulgação pública, relatada por um amigo de Anielle no PT. Outra fonte anônima informou que Lula instruiu o ministro da CGU, Vinicius Carvalho, a abordar Almeida, que negou as acusações. Os episódios evoluíram de comentários inadequados, como “você está linda e cheirosa”, para toques físicos, como em maio de 2023, quando Almeida teria colocado a mão na coxa de Anielle. A revista entrevistou 39 pessoas ao longo de quatro meses para reconstruir os fatos.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, relatou os episódios a colegas como Vinicius Carvalho, Alexandre Padilha e Janja da Silva, mas hesitou em formalizar a denúncia, temendo exposição. Em agosto de 2024, antes da revelação pública, Almeida negou as acusações em conversa com Carvalho, mas a pressão aumentou com a divulgação pelo Metrópoles. A PGR abriu investigação na PF, e Almeida prestou depoimento em 25 de fevereiro de 2025, mantendo sua negativa. O caso expôs tensões no governo e debates sobre assédio e racismo estrutural.
A denúncia da Piauí indica que Lula tinha ciência dos relatos desde pelo menos março de 2024, mas só agiu após a exposição pública em setembro. Silvio Almeida, em entrevista ao UOL em fevereiro de 2025, classificou as acusações como “ilações absurdas” e sugeriu motivações políticas. Anielle, em depoimento à PF em outubro de 2024, confirmou os episódios e destacou a violência sofrida. O caso segue sob investigação, com impacto significativo na imagem do governo Lula e nas discussões sobre gênero e poder no Brasil.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...