Julgamento de Bolsonaro: O hiato temporal e político entre o carnaval e as manifestações do dia 16 de março

Para essa análise, previamente, já podemos ignorar o rito e a dinâmica processual, e a obediência constitucional, bem como todo o direito de defesa assegurado (ou que deveria ser) a todo e qualquer denunciado - caso de Jair Bolsonaro. Partindo dessa premissa, fico imaginando o que se passa na cabeça dos ministros que julgarão e decidirão o caso. Ainda de antemão, eu sei, você sabe, e o mundo sabe, que se trata de um evento potencialmente político, sem o menor lastro de justiça e legalidade de qualquer das partes - da Polícia Federal até o STF, passando pelo MPF/PGR. Os “iluministros” devem estar numa senhora dúvida... Se nestes próximos 15 dias, eles resolverem acatar a fajuta denúncia do Paulo Gonet após as manifestações do dia 16 próximo, correm um sério risco de se verem obrigados a enfrentar a repercussão das manifestações de uma multidão que estará nas ruas, especialmente, em Copacabana, no Rio de Janeiro, ecoando fortemente na república. Mas se decidirem por atropelar o restinho de democracia que ainda se mantém de pé no país, mais o que (e quem) estiver pela frente, e assim, a tal 1ª turma - Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, flávio dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux, acatar a denúncia antes do dia 16 (numa velocidade de tramitação jamais vista), o risco será outro. Além de atrair ainda mais gente às ruas, irão maximizar as razões dos protestos e inflamar uma revolta popular contra eles próprios. E olha que nem coloquei o poderio dos Estados Unidos no jogo. E agora? Penso que vão esperar a poeira baixar… menos riscos, pensarão, em outro momento!