O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu a uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as políticas de taxação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Haddad havia afirmado, durante uma entrevista, que Trump, apoiado por Bolsonaro, estava "taxando o mundo inteiro" com novas tarifas comerciais, enquanto o governo brasileiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva, reduzia impostos sobre alimentos. Em resposta, Bolsonaro defendeu que as medidas de Trump visam proteger a economia americana, taxando produtos importados de outros países, e não os cidadãos dos EUA. Ele sugeriu que Lula deveria buscar uma audiência com Trump para discutir as tarifas e outros temas internacionais.
As novas tarifas anunciadas pelo governo Trump incluem uma taxa de 25% sobre importações do Canadá e do México (com exceção de energia canadense, taxada em 10%) e 20% sobre produtos da China, embora a aplicação ao México tenha sido suspensa temporariamente até abril. Essas medidas fazem parte de uma estratégia protecionista para fortalecer a indústria americana e equilibrar as relações comerciais. Bolsonaro argumentou que tais políticas não afetam diretamente o povo americano, mas sim os países exportadores, contrastando com a visão de Haddad de que Trump estaria impondo custos ao "mundo inteiro". Ele também criticou a volta da exigência de vistos para americanos no Brasil, prevista pelo governo Lula, alegando que isso prejudicará o turismo e a economia.
A relação entre Bolsonaro e Trump é marcada por uma alinhamento ideológico e político, com o ex-presidente brasileiro frequentemente elogiando as políticas do líder americano. Durante seu mandato, Bolsonaro buscou estreitar laços com os EUA, inclusive eliminando a exigência de vistos para americanos em 2019, medida que agora está sendo revertida. A troca de declarações entre Bolsonaro e Haddad reflete uma polarização contínua no debate político brasileiro, com visões opostas sobre economia, comércio internacional e prioridades diplomáticas. Enquanto Haddad destaca a redução de impostos no Brasil como uma conquista, Bolsonaro defende que as tarifas de Trump são uma forma legítima de proteger interesses nacionais.
O contexto das tarifas de Trump também levanta preocupações sobre os impactos no Brasil, embora o país ainda não tenha sido diretamente afetado pelas novas medidas. Setores como aço, alumínio, madeira e etanol, que são importantes nas exportações brasileiras para os EUA, podem enfrentar barreiras adicionais no futuro. Especialistas apontam que a política de "tarifas recíprocas" defendida por Trump poderia, por exemplo, aumentar a taxação sobre o etanol brasileiro, atualmente em 2,5%, em resposta à tarifa de 18% imposta pelo Brasil ao etanol americano. Esse cenário pode complicar as relações comerciais entre os dois países, independentemente da posição de Bolsonaro ou do governo atual.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade para sugerir que Lula deveria dialogar com Trump e o bilionário Elon Musk sobre temas como as tarifas, o grupo Hamas e acordos com a China, indicando uma visão de política externa mais alinhada aos interesses americanos e menos focada em parcerias com países como a China. Essa proposta reflete sua crítica à atual condução da diplomacia brasileira, que ele vê como desalinhada de seus ideais. A menção a Musk, um influente aliado de Trump, também reforça a tentativa de Bolsonaro de manter relevância internacional, mesmo estando fora do poder.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...