O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino manifestou apoio ao colega Alexandre de Moraes em diversas ocasiões, o que reflete uma alinhamento entre os dois em temas relacionados à defesa das instituições democráticas e ao combate à desinformação. Em 27 de fevereiro de 2025, após críticas do governo dos Estados Unidos às decisões judiciais de Moraes, Dino expressou solidariedade pessoal ao ministro, destacando que ele continuaria a exercer suas funções com serenidade. Dino afirmou ter certeza de que Moraes seguiria proferindo palestras relevantes no Brasil e em países aliados, sugerindo que as pressões externas não abalariam sua atuação.
Essa defesa não é um evento isolado. Em 14 de agosto de 2024, durante um evento em Brasília, Dino já havia saído em apoio a Moraes, que enfrentava questionamentos por sua condução de inquéritos contra bolsonaristas durante e após as eleições de 2022. Na ocasião, ele declarou que Moraes estava sendo acusado de "cumprir seu dever" e que tais críticas eram infundadas diante das normas legais brasileiras. Dino enfatizou que o ministro agia dentro do estrito cumprimento do dever legal, rejeitando interpretações de que suas decisões violassem a ordem jurídica.
A relação entre os dois ministros também se evidencia em decisões judiciais. Em setembro de 2024, quando a Primeira Turma do STF manteve a suspensão da rede social X no Brasil, Dino acompanhou o voto de Moraes, relator do caso, argumentando que a soberania nacional justificava a medida contra a plataforma de Elon Musk. Essa posição conjunta reforça a percepção de que ambos compartilham uma visão similar sobre os limites da liberdade de expressão e a proteção do Estado Democrático de Direito.
Embora a expressão "estranhamente" sugira surpresa ou questionamento, o apoio de Dino a Moraes pode ser entendido pelo contexto de suas trajetórias e posturas institucionais.
Antes de chegar ao STF, Dino foi ministro da Justiça no governo Lula, período em que defendeu investigações contra atos antidemocráticos, como os de 8 de janeiro de 2023, alinhando-se às ações de Moraes como relator desses inquéritos. Ambos também enfrentaram críticas de setores conservadores e da oposição, o que pode ter fortalecido essa parceria no STF.
Portanto, a defesa de Moraes por Dino não é um fato isolado ou inesperado, mas parte de um padrão de alinhamento em questões centrais para o Judiciário brasileiro, especialmente em momentos de pressão interna e externa.
A atuação conjunta dos dois ministros tem sido consistente na resposta a desafios à democracia, como os eventos pós-eleitorais de 2022 e as tensões com plataformas digitais em 2025.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...