Em 11 de março de 2025, delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia reuniram-se em Jeddah, Arábia Saudita, para discutir o futuro da guerra com a Rússia, que já dura três anos desde a invasão em larga escala de 2022. Liderada pelo Secretário de Estado Marco Rubio, a equipe americana incluiu o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz e o Enviado Especial para o Oriente Médio Steve Witkoff, enquanto a Ucrânia foi representada por Andriy Yermak, chefe do gabinete de Volodymyr Zelenskyy, e outros altos oficiais.
O encontro ocorreu após uma crise nas relações bilaterais, desencadeada por um confronto público entre Zelenskyy e Donald Trump em 28 de fevereiro de 2025, que resultou na suspensão de ajuda militar e compartilhamento de inteligência dos EUA. As negociações visam restaurar a parceria e explorar caminhos para a paz, com a Ucrânia propondo um cessar-fogo de 30 dias no mar e no céu. A Arábia Saudita, sob a mediação do príncipe Mohammed bin Salman, busca consolidar sua posição como um local neutro para diálogos de alto nível.
As discussões em Jeddah abordaram dois pontos principais: um cessar-fogo parcial e um acordo sobre os minerais de terras raras da Ucrânia, que Trump considera essencial para retomar o apoio americano. Rubio afirmou que o cessar-fogo, se aceito pela Rússia, seria um primeiro passo para negociações mais amplas, destacando que "não há solução militar" para o conflito.
A Ucrânia, embora aberta à proposta, insiste em garantias de segurança de longo prazo para evitar futuras agressões russas, uma preocupação reforçada por Zelenskyy após seu encontro com o príncipe saudita em 10 de março.
O acordo sobre minerais, que daria aos EUA acesso a recursos estratégicos ucranianos, é visto como uma forma de assegurar apoio econômico e militar americano, mas não foi finalizado nas primeiras rodadas de conversas. A Rússia, que não participou diretamente, será abordada pelos EUA com a proposta, mas sua resposta permanece incerta, especialmente após intensificar ataques recentes, como o de 12 de março em Kryvyi Rih.
O resultado das negociações em Jeddah pode definir o rumo da guerra, com implicações globais significativas, especialmente para a Europa, que teme ser marginalizada no processo de paz. Caso o cessar-fogo seja implementado e aceito por Moscou, as negociações subsequentes entre Ucrânia, Rússia e EUA poderiam começar em breve, possivelmente ainda em 2025, sob a liderança de Trump, que prioriza um acordo rápido.
No entanto, a Ucrânia enfrenta o desafio de equilibrar concessões, como a possível perda de territórios ocupados pela Rússia, com a necessidade de segurança duradoura, enquanto os EUA buscam um desfecho que reforce sua influência geopolítica.
A posição da Rússia, que controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia, será crucial, e analistas sugerem que Putin pode exigir condições difíceis, como a neutralidade da Ucrânia em relação à OTAN. Assim, as negociações na Arábia Saudita representam um momento crítico que pode selar o futuro do conflito, dependendo do sucesso em alinhar os interesses de todas as partes envolvidas.
