Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva já usaram uma tática semelhante à de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao buscar apoio internacional contra o Judiciário brasileiro. Em 2017, Cristiano Zanin, então advogado de Lula e hoje ministro do STF, foi à Inglaterra e à Itália denunciar que o Judiciário não garantia os direitos constitucionais do ex-presidente. Ele falava de uma suposta perseguição política durante o julgamento do caso do tríplex do Guarujá no TRF-4.
Em 2018, Gleisi Hoffmann, então senadora e presidente do PT, deu entrevista à Al Jazeera após a prisão de Lula na Lava Jato. Ela chamou a detenção de "prisão política" e pediu apoio do mundo árabe, destacando a relação de Lula com a região. Isso aconteceu dias depois de ele ser preso, em abril daquele ano.
Recentemente, Eduardo Bolsonaro foi criticado por aliados de Lula por viajar aos EUA e se encontrar com parlamentares americanos. O PT, através de Lindbergh Farias, pediu à PGR a apreensão do passaporte dele, alegando que ele conspirava contra o Brasil. A tática de Eduardo envolve denúncias no exterior sobre ações do STF, especialmente de Alexandre de Moraes.
Tanto os aliados de Lula quanto Eduardo usaram o exterior pra questionar decisões judiciais brasileiras. No caso de Lula, era pra defender o ex-presidente contra a Lava Jato; no de Eduardo, é pra atacar o STF e Moraes, que ele vê como perseguidor da família Bolsonaro.
A diferença tá no contexto: os petistas agiram durante a prisão de Lula, enquanto Eduardo faz isso agora, com Bolsonaro investigado por tentativa de golpe. Mas, nos dois casos, a estratégia foi levar o debate pra fora do Brasil pra pressionar o Judiciário.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...