Nikolas Ferreira, deputado federal pelo partido PL de Minas Gerais, confirmou que votou em Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados como parte de um acordo supostamente orquestrado por Jair Bolsonaro. Esse acordo tinha como condição a discussão de um projeto de lei que concederia anistia aos manifestantes detidos após os eventos de 8 de janeiro de 2023. Ferreira explicou que o acordo necessitava ser discutido com Bolsonaro, o presidente do PL e o líder do partido na Câmara.
A decisão de apoiar Motta foi tomada após uma reunião da bancada do PL onde Bolsonaro orientou os parlamentares a votarem em Motta. A eleição de Motta ocorreu em janeiro de 2025, resultando na sua vitória para o cargo de presidente da Câmara com uma votação expressiva.
A estratégia de votar em Hugo Motta foi parte de um acordo mais amplo entre o PL e o PT, visando garantir governabilidade e viabilizar a pauta legislativa do governo. Nikolas Ferreira mencionou que, embora tivesse sua preferência por outro candidato, Marcel Van Hattem, seguiu a orientação de Bolsonaro como parte dessa negociação. O acordo incluía a promessa de que o projeto de anistia seria pautado até dezembro de 2024, mas isso não ocorreu conforme o esperado, gerando desconforto entre os membros do PL.
A retirada do projeto de anistia da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por Arthur Lira, então presidente da Câmara, para ser discutido em uma comissão especial, foi um ponto de discórdia. Lira justificou esta decisão como uma forma de dar maior visibilidade ao tema, mas isso não satisfez completamente os parlamentares do PL que esperavam uma votação mais rápida e direta.
A eleição de Hugo Motta foi marcada por uma aliança entre o PL e o PT, algo que, segundo a dinâmica política, foi visto como necessário para a estabilidade e governabilidade do país. Esta aliança foi criticada internamente no PL, especialmente por aqueles alinhados com Bolsonaro, devido à percepção de que o acordo não foi totalmente cumprido.
A decisão de Nikolas Ferreira de seguir a orientação de Bolsonaro para votar em Hugo Motta destaca a influência que líderes partidários ainda têm sobre suas bancadas, mesmo em questões controversas como a anistia aos manifestantes. Isso reflete a complexidade das negociações políticas no Congresso Nacional, onde alianças e acordos são fundamentais para a viabilização de projetos de lei e a manutenção do equilíbrio de poder.
🚨URGENTE - Dep Nikolas Ferreira diz que votou em Hugo Motta por um acordo de Bolsonaro, mas afirma que não sabe a sua totalidade
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) February 1, 2025
“Por um acordo do Bolsonaro feito com o Motta, confesso que não sei a totalidade desse acordo, mas espero que a anistia esteja nesse acordo” pic.twitter.com/Y0cNu7ndPK