Vídeo: Eduardo Bolsonaro faz forte discurso no CPAC americano e expõe ao mundo o que acontece no Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, discursou no Conservative Political Action Conference (CPAC), principal evento conservador dos Estados Unidos, realizado entre 19 e 22 de fevereiro de 2025 em Washington. Em sua fala, ele afirmou que o Brasil se transformou em um "laboratório de censura e autoritarismo judicial", denunciando o que descreveu como abusos do Judiciário brasileiro contra opositores políticos.
Eduardo destacou casos de prisões de críticos ao governo e bloqueios de contas em redes sociais, apontando para uma suposta perseguição sistemática. Ele mencionou especificamente as investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023 e a seu pai, Jair Bolsonaro, que enfrenta uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. O deputado acusou o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o ministro Alexandre de Moraes, de atuar como um "sistema totalitário" ao conduzir inquéritos como o das fake news e das milícias digitais.
Durante o discurso, que durou cerca de cinco minutos, Eduardo pediu apoio aos congressistas americanos presentes no evento, solicitando uma audiência no Congresso dos EUA para "expor essa tirania" e amplificar as denúncias sobre a situação brasileira. Ele também incentivou a divulgação de imagens de manifestações pró-Bolsonaro, como a planejada para 25 de fevereiro de 2025 na Avenida Paulista, em São Paulo, como forma de mostrar resistência ao que chama de censura.
O CPAC 2025 contou com a participação de figuras proeminentes da direita global, como o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o presidente argentino, Javier Milei, ambos aliados históricos do bolsonarismo.
A fala de Eduardo ocorreu em um momento de destaque, após o discurso de Trump e antes da participação de Milei, reforçando sua estratégia de internacionalizar a narrativa de perseguição política no Brasil.
Essa não é a primeira vez que Eduardo usa o CPAC para criticar o STF e o governo Lula. Em edições anteriores, como em 2024, ele já havia denunciado prisões de apoiadores do pai e elogiado figuras como Elon Musk por questionarem decisões judiciais brasileiras. A edição de 2025, no entanto, ganha peso extra com a proximidade do julgamento da denúncia da PGR contra Bolsonaro pelo STF e o início do novo mandato de Trump, que assume em 20 de janeiro.
A declaração de que o Brasil virou um "laboratório de censura" reflete a retórica bolsonarista de que a democracia estaria sob ataque, uma narrativa que ele vem levando a eventos conservadores no exterior, como na Hungria e na Argentina, para buscar apoio internacional contra as ações do Judiciário e do governo federal.