Ricardo Lewandowski, atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, impôs sigilo de 100 anos sobre sua carteira de vacinação contra a Covid-19. A decisão foi revelada em 24 de fevereiro de 2025, conforme reportagem do portal Metrópoles. Ele justificou o ato com base na proteção de dados pessoais sensíveis, como prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O pedido de acesso ao documento foi negado pelo Ministério após solicitação via Lei de Acesso à Informação (LAI).
O sigilo de um século cobre informações sobre as doses recebidas por Lewandowski durante a pandemia. O Ministério da Justiça afirmou que a carteira do ministro está "completa", mas não detalhou o número de doses. A medida foi aplicada diretamente por ele, sem passar por instâncias judiciais externas. Isso despertou curiosidade sobre os motivos de tamanha restrição ao acesso público.
Lewandowski, que integrou o Supremo Tribunal Federal (STF) até 2023, relatou ações importantes sobre vacinas na pandemia. Em 2020, ele votou pela constitucionalidade da vacinação obrigatória, desde que não fosse forçada fisicamente.
Agora, sua recusa em divulgar o próprio cartão levanta debates entre os que acompanham sua trajetória. O prazo de 100 anos é o máximo permitido por lei para sigilo de dados pessoais.
A decisão ocorre em um momento em que o governo enfrenta questionamentos sobre a gestão da pandemia. Parlamentares de oposição, como o senador Cleitinho (Republicanos-MG), já manifestaram interesse em investigar figuras públicas nesse contexto. Lewandowski, como ex-ministro do STF e atual integrante do governo, está no centro dessas discussões. Sua escolha pelo sigilo máximo alimenta especulações no meio político.
O Ministério da Justiça reforçou que o sigilo segue a LGPD e protege informações de saúde do ministro. A pasta não informou se Lewandowski tomou todas as doses recomendadas pelo Ministério da Saúde. A negativa de acesso foi formalizada após análise interna, sem consulta ao STF ou outras instâncias. Isso destaca a autonomia que ele exerceu na decisão como cidadão e autoridade.
A medida de Lewandowski contrasta com a transparência cobrada de outros agentes públicos em casos semelhantes. Parlamentares favoráveis a investigações no Judiciário, como Márcio Bittar (União-AC), podem usar o caso para pressionar por mais clareza.
O sigilo de 100 anos garante que os dados permaneçam ocultos por gerações. O episódio segue em destaque enquanto o debate sobre privacidade e accountability ganha força.