O senador Marcio Bittar (União-AC) criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal em processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos eventos de 8 de janeiro de 2023. O parlamentar afirmou que há perseguição política e "tratamento desigual" entre os condenados da Lava Jato e os investigados pelos ataques aos prédios dos Três Poderes. E informou que pretende protocolar um pedido de criação de uma CPI sobre as ações do Judiciário.
Segundo Bittar, há uma "seletividade no sistema de justiça" que compromete a credibilidade das instituições. Ele também afirmou que existe um movimento coordenado para retirar Bolsonaro da disputa eleitoral de 2026.
"O Brasil está de cabeça para baixo. Não adianta tentarem tirar o Bolsonaro da disputa eleitoral à força, porque isso não pacificará o país. Você retira um concorrente, enquanto o outro foi condenado por corrupção e depois 'descondenado'. Mas aquele que foi condenado por fake news está inelegível. Isso não é democracia, isso é um golpe, e nós não vamos aceitar isso", protestou ele.
O senador informou que já obteve 31 assinaturas com o objetivo de criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação do Judiciário em processos relacionados aos atos de 8 de janeiro e às decisões que levaram à inelegibilidade de Bolsonaro. Bittar destacou que há articulações com outros parlamentares — ele citou os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Magno Malta (PL-ES) — para concentrar esforços em uma única comissão e facilitar sua criação.
"Vamos protocolar [o pedido de criação da CPI] na semana que vem."
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...