A primeira decisão da Justiça americana no processo em que Alexandre de Moraes é réu já evidencia um cenário desfavorável ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A juíza Mary S. Scriven, responsável pelo caso, negou o pedido de liminar apresentado pela Rumble e pela Trump Media, mas deixou claro que as empresas não são obrigadas a cumprir as determinações do magistrado brasileiro nos Estados Unidos.
A ação movida pelas plataformas acusa Moraes de praticar censura ao impor restrições contra a Rumble, que teve sua operação suspensa no Brasil por não atender às ordens do ministro. Em sua decisão na última sexta-feira (21), Moraes determinou a retirada do site do ar até que as exigências fossem cumpridas, incluindo o pagamento de multas pesadas. A medida gerou forte repercussão internacional, levantando dúvidas sobre os limites de atuação do STF e a violação de liberdades fundamentais.
No parecer, a juíza Scriven deixou claro que as decisões do ministro brasileiro não possuem validade em território americano sem que haja um processo formal de reconhecimento por parte do governo dos Estados Unidos ou de outras instâncias legais.
Ou seja, a Justiça americana sinalizou que Alexandre de Moraes não tem poder para impor suas decisões arbitrárias fora do Brasil, o que enfraquece suas tentativas de controlar as plataformas de comunicação.
Outro ponto importante da decisão é que a magistrada se comprometeu a agir caso o governo americano ou outro ator relevante tente reforçar as ordens de Moraes. Isso demonstra uma vigilância atenta ao caso, com potencial para gerar medidas concretas contra o ministro, caso ele insista em ultrapassar os limites legais internacionais.
A postura autoritária do ministro tem provocado reações cada vez mais firmes, especialmente agora com a ascensão de Donald Trump ao poder. O processo nos Estados Unidos expõe a fragilidade de suas decisões fora do Brasil e reforça a imagem de que suas ações violam princípios básicos de liberdade de expressão, algo que vai de encontro aos valores defendidos por líderes conservadores em todo o mundo.
Essa decisão inicial, embora ainda não definitiva, já representa uma derrota simbólica para Moraes e pode abrir caminho para sanções mais severas no futuro.
O mundo está de olho, e a tentativa de impor censura além das fronteiras brasileiras pode trazer consequências inesperadas para o ministro e, por tabela, para o próprio governo Lula.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...