Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), para assumir o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional e outros entes federados. A decisão foi anunciada oficialmente nesta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, por meio de uma nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Segundo o comunicado, Lula se reuniu com Gleisi na manhã do mesmo dia e a convidou para o posto, com posse marcada para 10 de março.
Gleisi substituirá Alexandre Padilha, que deixa a SRI para assumir o Ministério da Saúde após a saída de Nísia Trindade. A escolha representa uma mudança significativa nos planos iniciais, já que, até poucos dias atrás, especulava-se que Gleisi poderia ocupar a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo. A opção por colocá-la na articulação política surpreendeu parte do meio político, dado seu perfil combativo como presidente do PT desde 2017, em contraste com a necessidade de negociação que o cargo exige.
A nomeação de Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo Paraná e ex-ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff (2011-2014), é vista como uma tentativa de Lula de fortalecer sua base no Planalto com uma aliada de confiança. Ela terá o desafio de melhorar a relação do governo com o Legislativo, abalada durante a gestão de Padilha, especialmente com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira. Sua entrada também eleva o número de mulheres no primeiro escalão para dez, entre 38 ministérios, após a saída de Nísia.
Com Gleisi no governo, o PT precisará escolher um presidente interino até julho de 2025, quando estão previstas eleições internas da sigla.
O nome mais cotado para o mandato-tampão é José Guimarães, atual líder do governo na Câmara. Lula, por sua vez, planeja eleger Edinho Silva como presidente definitivo do partido no meio do ano, apostando que a ida de Gleisi ao governo reduzirá resistências internas a esse plano.
A decisão gerou reações mistas. Aliados como o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) elogiaram a escolha, destacando o papel de Gleisi na campanha de 2022 e sua postura firme contra a extrema direita.
Já críticos, especialmente do Centrão, expressaram preocupação com sua capacidade de diálogo, dado seu histórico de embates públicos, inclusive com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A posse em março será um teste inicial para sua habilidade de equilibrar ideologia e pragmatismo na articulação política do governo.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...