O ministro Alexandre de Moraes foi consultado sobre a nota do Itamaraty contra os Estados Unidos. A notícia absurda e que revela a situação deprimente da diplomacia brasileira, foi divulgada pela jornalista Isabel Mega, da CNN.
Transcrevemos:
“Alvo indireto de críticas do governo Donald Trump, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi consultado pelo Itamaraty antes da publicação de uma nota de reação.
Moraes foi ouvido tanto sobre aspectos jurídicos quanto sobre o conteúdo da postagem feita pelo Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos.
Até aqui, a orientação do Ministério das Relações Exteriores era evitar uma escalada e não cair em provocações. Isso, no entanto, mudou após a postagem feita pelos americanos na rede social X e uma resposta começou a ser construída.
Fontes da diplomacia avaliam que a batalha está só começando e que houve uma ‘institucionalização’, ainda que o Departamento de Hemisfério Ocidental tenha um nível hierárquico menor. Isso porque o órgão não deixa de ser um braço simbólico do Departamento de Estado americano.
A publicação foi lida como uma ‘provocação’, o que não poderia render ao Brasil a posição de ficar em cima do muro. A resposta do Itamaraty, publicada horas depois da postagem americana, foi milimetricamente pensada para vir em um tom ‘duro’ e ‘proporcional’.
Reservadamente, há uma avaliação de que se o governo Trump dobrar a aposta e aumentar a pressão sobre o Brasil, a situação pode escalar. A orientação dada nesta quarta-feira (26) é não retroceder.
Sobre o assunto, o jurista André Marsiglia fez o seguinte comentário:
“Isso explica o tom pouco diplomático da diplomacia brasileira. O Estado comprou uma briga que não era sua para defender o aliado do governo. Um erro estratégico absurdo. Se o STF está exposto, os demais têm de conciliar. Agora, todos estão expostos.”
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...