Ministros próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestaram apoio à atuação do Itamaraty no caso envolvendo Donald Trump e Alexandre de Moraes. Eles acreditam que o Ministério das Relações Exteriores pode ajudar a lidar com a ação judicial movida nos EUA contra o ministro do STF. A iniciativa partiu do grupo de mídia de Trump e da Rumble, em um tribunal da Flórida, em 19 de fevereiro. A Advocacia-Geral da União já se comprometeu a representar Moraes na corte americana.
A ação nos EUA acusa Moraes de impor decisões que afetam a soberania americana, como ordens de bloqueio de contas. O caso ganhou destaque após a suspensão da Rumble no Brasil, ordenada por Moraes em 21 de fevereiro de 2025. O CEO da Rumble, Chris Pavlovski, tem desafiado publicamente as determinações do ministro no X. Para os apoiadores de Bolsonaro, isso reforça a narrativa de resistencia às medidas do STF.
Os ministros de Lula veem o imbróglio como uma questão que pode impactar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Eles argumentam que o Itamaraty, sob o comando de Mauro Vieira, tem expertise para atuar nesse cenário. A ideia é que o Ministério se junte à AGU na defesa de Moraes perante a Justiça americana. Até o momento, Lula não discutiu o tema diretamente com Vieira, que estava em viagem oficial.
A denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, em 18 de fevereiro, por tentativa de golpe, intensificou o contexto político do caso. A ação de Trump e da Rumble veio logo após, sendo vista por aliados de Bolsonaro como um apoio ao ex-presidente. Moraes, relator do processo no STF, é o foco das empresas americanas por suas ordens contra Allan dos Santos.
O jornalista, foragido nos EUA, segue como peça-chave na disputa.
Bolsonaro tem acompanhado o desenrolar e já expressou solidariedade à postura de Trump em suas redes sociais. Seus apoiadores acreditam que a pressão internacional pode beneficiar sua situação jurídica no Brasil. A suspensão da Rumble e a ação nos EUA são encaradas como movimentos contra as decisões de Moraes. Isso fortalece o discurso de liberdade de expressão defendido por eles.
A entrada do Itamaraty, se confirmada, seria uma resposta estratégica para proteger Moraes e a imagem do Judiciário brasileiro.
Os ministros de Lula apostam que uma abordagem diplomática pode evitar escaladas maiores com os EUA. O caso segue em aberto, com Pavlovski prometendo lutar nos tribunais americanos. O desfecho pode influenciar tanto a política interna quanto as relações bilaterais.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...