O deputado federal Mário Frias (PL-SP) tornou-se alvo de uma ação na Justiça Eleitoral de São Paulo devido a uma postagem feita durante a campanha de 2022. Em outubro daquele ano, Frias publicou uma imagem no X comparando o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que usava um boné com a sigla "CPX" durante uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, ao então presidente Jair Bolsonaro, que aparecia com um boné da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A legenda dizia: "Gíria utilizada pelo crime CPX = cupinxa, parceiro do crime", alcançando mais de 43 mil curtidas e 10 mil compartilhamentos.
A denúncia partiu do Ministério Público Eleitoral (MPE), que acusou Frias de violar o artigo 323 do Código Eleitoral, que proíbe a divulgação de fatos sabidamente falsos com potencial de influenciar o eleitorado. O caso foi aceito em 18 de fevereiro de 2025 pela juíza Cecília Pinheiro da Fonseca, da 6ª Zona Eleitoral, que viu indícios suficientes para tornar Frias réu. Ele terá dez dias para apresentar defesa após ser notificado, processo que ainda não ocorreu até 24 de fevereiro de 2025.
O boné "CPX" usado por Lula supostamente teria sido um presente de moradores do Complexo do Alemão, onde a sigla é uma abreviação comum para "complexo", referindo-se a conjuntos de favelas.
A ação judicial alega que Frias distorceu o significado do termo para associá-lo a atividades criminosas, o que foi interpretado como uma tentativa de prejudicar a imagem do candidato na reta final da eleição.
A defesa de Frias informou que se manifestará nos autos assim que ele for oficialmente citado. O deputado, ex-secretário especial da Cultura no governo Bolsonaro, mantém uma postura ativa nas redes sociais, frequentemente alinhada à base de apoio do ex-presidente. Se condenado em segunda instância, ele pode enfrentar penalidades como perda de mandato ou inelegibilidade, conforme previsto na legislação eleitoral.
O processo contra Frias é um dos desdobramentos de ações judiciais relacionadas à campanha de 2022, período marcado por intensa disputa entre os apoiadores de Bolsonaro e Lula. O caso segue em tramitação, e o próximo passo será a apresentação da defesa do parlamentar, que poderá influenciar o rumo da decisão judicial.