O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino manifestou apoio a seu colega Alexandre de Moraes em 27 de fevereiro de 2025, em meio a uma ofensiva dos Estados Unidos que pode dificultar a entrada de Moraes no país. Em uma publicação no Instagram, Dino ironizou a situação, sugerindo que, caso Moraes perca o visto americano, ele poderia aproveitar "lindas férias" em Carolina, no Maranhão. A cidade, conhecida por suas belezas naturais como cachoeiras e chapadas, foi apresentada como uma alternativa que faria o ministro "não sentir falta de outros lugares com o mesmo nome", em referência aos estados da Carolina do Norte e do Sul, nos EUA.
A sugestão de Dino veio após o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA aprovar, em 26 de fevereiro, o projeto "No Censors on Our Shores Act". A proposta, que ainda precisa passar pelo plenário da Câmara, pelo Senado e ser sancionada por Donald Trump, prevê barrar ou deportar autoridades estrangeiras acusadas de violar a liberdade de expressão de cidadãos americanos. Embora não cite nomes, o texto é amplamente associado às decisões de Moraes contra plataformas como o X, que levaram à sua suspensão no Brasil por descumprimento de ordens judiciais.
Dino defendeu Moraes destacando os princípios constitucionais que regem as relações internacionais do Brasil, como a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a igualdade entre os Estados, previstos no artigo 4º da Constituição. Ele afirmou que esses são "compromissos indeclináveis" e expressou "solidariedade pessoal" ao colega, garantindo que Moraes continuará "proferindo ótimas palestras" pelo Brasil e em países aliados. A brincadeira sobre as férias no Maranhão foi acompanhada de fotos das paisagens da região, reforçando o tom descontraído da resposta.
A provocação de Dino reflete uma reação à crescente pressão americana, que também incluiu críticas do Departamento de Estado dos EUA às ações do STF contra empresas de tecnologia sediadas no país. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, já havia rejeitado essas críticas, defendendo a independência do Judiciário e a soberania nacional. A sugestão de férias em Maranhão, terra natal de Dino, onde foi governador entre 2015 e 2022, adiciona um toque pessoal à defesa de Moraes, enquanto sublinha a resistência às tentativas de interferência externa.
A cidade de Carolina, mencionada por Dino, fica no sul do Maranhão, próxima ao Parque Nacional da Chapada das Mesas, um destino turístico conhecido por suas formações rochosas e rios cristalinos. A escolha do local não é mero acaso: além de destacar o potencial turístico brasileiro, serve como uma forma de reafirmar que Moraes não dependeria de viagens aos EUA para desfrutar de boas experiências. O comentário, embora leve, carrega um recado político sobre a autonomia do Brasil frente às pressões internacionais.
O embate entre os apoiadores de Trump e o STF, liderado por Moraes, ganhou força após a posse do presidente americano em janeiro de 2025. Enquanto a proposta americana avança, o Supremo e o governo Lula fecham fileiras em defesa de suas instituições. A sugestão de Dino, além de um apoio a Moraes, é um lembrete sutil de que o Brasil tem seus próprios atrativos e não se dobrará facilmente a imposições externas, sejam elas sanções ou restrições de viagem.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...