O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que a União Europeia pode ser a próxima a ser taxada. Ele deu declarações, na última sexta-feira (31), após a Casa Branca apontar informações a respeito de tarifas sobre as importações do Canadá e do México e sobre os produtos da China.
O recado do republicano veio na forma de uma resposta às perguntas de jornalistas no Salão Oval. Questionado se planejava também um imposto para os produtos provenientes da Europa, o presidente norte-americano respondeu: Vou impor tarifas à União Europeia. E acrescentou uma pergunta a quem tinha feito o questionamento: – Você quer uma resposta verdadeira ou devo lhe dar uma resposta política? – reagiu. Sem esperar, Trump emendou a resposta dizendo”Absolutely (equivalente a “com certeza”). – Os europeus nos trataram tão mal – comentou. Ele não especificou quando seria aplicada essa tarifa, nem o porcentual. A ameaça, porém, já era esperada por representantes da União Europeia.
Também na última sexta, Olli Rehn, dirigente do Banco Central Europeu (BCE), defendeu que a União Europeia acelere acordos comerciais de livre comércio para enfrentar as ameaças tarifárias de Trump e, entre as alternativas, citou o Mercosul. Rehn expressou preocupação sobre como a fragmentação do comércio global pode pesar sobre o crescimento econômico da Zona do Euro. – O acordo de livre comércio do Mercosul está se movendo para frente. A ratificação deve tomar lugar antes que países da região, como o Brasil, se voltem para a China, o que não está em nossos interesses. Democracias da América Latina são parceiros naturais da Europa – disse Olli Rehn, que preside ainda o Banco Central da Finlândia.
Segundo Rehn, a União Europeia não pretende ficar de braços cruzados.
– A União Europeia não pretende ficar de braços cruzados, mas se preparou de várias maneiras para possíveis medidas de pressão comercial dos EUA e para fortalecer a posição de negociação da Europa. Esperançosamente, no entanto, o bom senso prevalecerá, e os problemas poderão ser resolvidos na mesa de negociação – comentou a autoridade monetária.
Rehn afirmou ainda que esses acordos de fortalecimento de parcerias devem ser tratados como “prioridade estratégica”. Isso inclui aceitar ofertas de empresas não integrantes da UE para acessar o mercado do bloco, reduzir tarifas e promover as relações comerciais. Ele destacou também que negociações semelhantes estão em andamento com a Austrália, a Índia e a Indonésia.
TARIFAS
Trump também reforçou, na última sexta, que os EUA aplicarão tarifas sobre importações de aço, alumínio e cobre. Chips de computador, produtos farmacêuticos, petróleo e gás também estão entre os bens que serão alvos de tarifas já em meados de fevereiro, disse.
– Isso acontecerá em breve. Acho que vamos para o dia 18 de fevereiro e vamos impor muitas tarifas sobre o aço – disse Trump aos repórteres.
As taxas previstas por Trump devem se somar às tarifas existentes sobre esses produtos, disse, afastando qualquer preocupação sobre as taxas aumentarem a inflação ou complicarem as cadeias de abastecimento globais.
– As tarifas vão nos tornar muito ricos e muito fortes – falou o presidente americano.
Ele ressaltou que não se preocupava com os eleitores ou com a reação do mercado.
*AE
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