O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos marcou para esta quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, a análise do projeto de lei intitulado "No Censorship on our Shores Act". A proposta, apresentada pelo deputado Darrell Issa com coautoria da deputada María Elvira Salazar, visa tornar inadmissíveis nos EUA, deportar ou cancelar vistos de autoridades estrangeiras que sejam consideradas responsáveis por violar os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos.
A iniciativa ganhou destaque após ser pautada pelo comitê, presidido pelo republicano Jim Jordan, e tem como alvo imediato autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O projeto surge em resposta a ações judiciais no Brasil, como a suspensão da plataforma X em 2024 e o bloqueio recente da Rumble, ordenado por Moraes em 21 de fevereiro de 2025, após a empresa não indicar um representante legal no país.
A proposta reflete uma articulação de parlamentares republicanos, aliados de Donald Trump, que assumiu a presidência dos EUA em 20 de janeiro de 2025.
O texto prevê que, se aprovado, terá aplicação imediata a juízes, procuradores e delegados envolvidos em decisões que afetem plataformas ou usuários americanos, como ordens de moderação de conteúdo ou bloqueio de contas. Isso inclui casos de cidadãos com dupla nacionalidade, como os jornalistas Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, que tiveram redes sociais suspensas por determinações do STF.
O projeto já passou pelo Comitê Judiciário em uma legislatura anterior com ampla maioria, indicando um trâmite potencialmente rápido na Câmara, agora dominada por republicanos.
Após a votação no comitê, o texto seguirá para o plenário da Câmara e, se aprovado, para o Senado, onde também há maioria republicana desde as eleições de novembro de 2024. A sanção presidencial seria o último passo, e o posicionamento de Trump, favorável à liberdade de expressão online, sugere apoio à medida.
A pauta desta quarta ocorre em um momento de tensão entre o STF e plataformas digitais, intensificada pela denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, em 18 de fevereiro, e pela resistência de empresas como a Rumble, cujo CEO, Chris Pavlovski, prometeu lutar contra as ordens de Moraes nos tribunais americanos. O desfecho da votação pode impactar as relações entre Brasil e EUA, especialmente no âmbito judicial e tecnológico.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...