O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem articulado manifestações previstas para 16 de março de 2025 em diversas cidades do Brasil, com "anistia" e "fora Lula" como focos centrais. Em um vídeo divulgado em 17 de fevereiro, ele convocou apoiadores para atos em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde estará ao lado do pastor Silas Malafaia, e em outros municípios, listando as pautas: "liberdade de expressão, segurança, custo de vida, fora Lula 2026 e anistia já".
A inclusão de "2026" sugere um apelo para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas eleições, enquanto "anistia" refere-se ao perdão aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro ajustou o tom após divergências entre aliados. Inicialmente, alguns oposicionistas, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP), defendiam o impeachment imediato de Lula para o ato na Avenida Paulista, mas o ex-presidente optou por priorizar a anistia, uma causa pessoal ligada à sua base de apoio e à sua situação jurídica. Ele já havia pedido anistia a Lula e ao ministro Alexandre de Moraes em novembro de 2024, oferecendo "pacificação" em troca, após ser indiciado por tentativa de golpe de Estado pela Polícia Federal.
A escolha reflete uma estratégia dupla: manter a mobilização contra Lula enquanto busca aliviar a pressão sobre si e seus seguidores condenados. No vídeo, Bolsonaro alertou os apoiadores para checar as pautas locais e os organizadores, indicando um esforço para unificar a narrativa em torno de suas prioridades. Malafaia, aliado chave no ato do Rio, também defendeu que o foco seja a anistia, rejeitando o impeachment por ora, temendo que beneficie o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
As manifestações ocorrem em um momento delicado, após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro em 18 de fevereiro de 2025 por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe, baseada na delação de Mauro Cid.
A pauta "fora Lula" capitaliza a baixa popularidade do petista, que caiu para 24% segundo o Datafolha de 14 de fevereiro, enquanto "anistia" reforça a lealdade à base bolsonarista, que vê os presos do 8 de janeiro como mártires.
A oposição organiza atos em todas as capitais, mas o destaque de Bolsonaro para Copacabana e sua pauta específica mostram uma tentativa de liderar o movimento, evitando que ele seja diluído por outras demandas, como o impeachment defendido por Zambelli e Nikolas Ferreira (PL-MG). A mobilização testará a capacidade de Bolsonaro de manter relevância política enquanto enfrenta desafios judiciais no STF.
Assim, "anistia" e "fora Lula" emergem como eixos complementares: o primeiro mira a defesa de aliados e a própria situação de Bolsonaro, e o segundo projeta um confronto eleitoral em 2026, aproveitando o desgaste do governo atual para galvanizar apoiadores.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...