Bolsonaro expõe 'métodos abusivos' em delação de Cid!

O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou a delação premiada de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, como "tortura" em uma entrevista concedida à CBN Recife nesta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025. A afirmação foi feita após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar, em 18 de fevereiro, uma denúncia contra ele e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, baseada em parte nos depoimentos de Cid. Bolsonaro destacou trechos dos vídeos da delação, tornados públicos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 20 de fevereiro. Ele afirmou que Moraes teria ameaçado o pai, a esposa e a filha de Cid durante uma audiência em novembro de 2024, o que, segundo ele, levou o militar a alterar suas declarações. “Vocês viram parte dos vídeos vazados agora. Foi tortura. O Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele mudando os seus posicionamentos”, disse Bolsonaro. Ele comparou o caso a situações da Operação Lava Jato, sugerindo que pressões semelhantes resultaram na anulação de processos no passado. “Isso quando ocorreu lá trás, algo parecido ou mesmo mais grave do que isso até, anularam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”, argumentou. A delação de Cid foi essencial para a investigação que culminou na denúncia da PGR, e Bolsonaro questionou sua validade, alinhando-se à estratégia de sua defesa, que planeja pedir a anulação do acordo. Bolsonaro também negou qualquer tentativa de golpe, afirmando que as discussões no fim de 2022 envolviam apenas medidas constitucionais, como estado de sítio ou estado de defesa. “Não apoiei nem teve tentativa de golpe. Como eu posso dar golpe em mim mesmo? Duvido que vocês tenham visto essa tal minuta de golpe”, declarou, reforçando que sua intenção era agir dentro da legalidade. O STF deu 15 dias para que ele e os demais denunciados apresentem suas defesas após a intimação em 19 de fevereiro na sede do PL.