Jair Bolsonaro declarou em 24 de fevereiro de 2025 que seu eventual julgamento no STF deveria ocorrer no plenário da Corte. A afirmação foi feita em entrevista ao portal Metrópoles, após a denúncia da PGR por tentativa de golpe de Estado em 18 de fevereiro. Ele questiona a decisão de Alexandre de Moraes de levar o caso à Primeira Turma. Bolsonaro acredita que o plenário garantiria um debate mais amplo e justo.
A denúncia da PGR acusa Bolsonaro e outros 33 investigados de crimes relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023. O processo está sob relatoria de Moraes, que optou por julgá-lo na Primeira Turma, composta por cinco ministros. A defesa do ex-presidente contesta essa escolha, pedindo a transferência para o plenário com todos os 11 ministros. Eles argumentam que a gravidade do caso exige análise coletiva.
Bolsonaro expressou confiança de que o plenário poderia oferecer uma avaliação mais equilibrada de sua situação. Ele destacou que o julgamento em turma limita o número de votos, enquanto o plenário ampliaria as perspectivas. A Primeira Turma inclui Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
Já o plenário conta com nomes como André Mendonça e Nunes Marques, indicados por ele. A possibilidade de o caso ir ao plenário depende de Moraes ou da maioria da Primeira Turma, conforme apuração da GloboNews. Parlamentares como o senador Cleitinho (Republicanos-MG) apoiam a visão de Bolsonaro, alegando que a denúncia da PGR é frágil. Eles defendem que uma discussão mais ampla no STF poderia esclarecer melhor os fatos. Até agora, não há sinais de mudança na decisão de Moraes.
O julgamento na Primeira Turma está previsto para as próximas semanas, mas a defesa de Bolsonaro insiste em sua tese.
Eles acreditam que o plenário poderia permitir pedidos de vista, adiando a decisão final. Isso daria tempo para mobilizar apoio político e público fora do tribunal. A estratégia reflete a busca por um desfecho favorável em um ambiente mais diversificado.
A declaração de Bolsonaro reforça sua narrativa de que o processo é uma questão de grande relevância nacional. Ele aposta que o plenário, com maior visibilidade, poderia beneficiá-lo diante das acusações da PGR.
O desfecho dependerá da dinâmica interna do STF e da pressão de seus aliados no Congresso. Por enquanto, o caso segue nas mãos da Primeira Turma.