O Brasil caiu seis posições no ranking mundial de democracia em 2025, conforme o Democracy Index da Economist Intelligence Unit (EIU), divulgado pela Folha de S.Paulo. O país segue classificado como uma "democracia imperfeita", mas perdeu pontos em indicadores como liberdades civis, funcionamento do governo e cultura política. O relatório aponta que essa queda reflete desafios internos que afetaram a percepção global sobre o estado democrático brasileiro.
Um dos fatores destacados é a suspensão da rede social X em 2024, ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A medida, justificada como combate à desinformação, foi interpretada pela EIU como um impacto negativo nas liberdades civis e no pluralismo. Embora tenha sido uma resposta a ameaças ao Estado de Direito, o relatório sugere que tais ações judiciais contribuíram para uma pontuação menor em participação política e independência institucional.
A polarização política também influenciou o resultado.
Os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes, e a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 intensificaram divisões no país. A confiança nas instituições permaneceu estagnada, enquanto episódios de instabilidade política dificultaram avanços em governança democrática, segundo a análise da EIU.
O Democracy Index de 2023 já registrava uma média global de 5,23 pontos, a menor desde 2006, indicando uma tendência mundial de retrocesso democrático.
Em 2025, o Brasil acompanhou esse movimento, com uma pontuação estimada entre 6,01 e 8,00, ainda dentro da faixa de "democracias imperfeitas". Países como a Noruega, com 9,81 pontos, lideram como "democracias plenas", enquanto o Brasil ficou mais distante dessa categoria.
A condução de inquéritos pelo STF, especialmente por Moraes, foi outro ponto de atenção. Decisões como o bloqueio de plataformas digitais e a prisão de envolvidos no 8 de janeiro visaram proteger a democracia, mas levantaram debates sobre o equilíbrio entre segurança e direitos fundamentais.
O relatório da EIU não detalha todos os casos, mas cita essas ações como exemplos de medidas que afetaram a percepção externa.
Essa queda de seis posições evidencia um momento delicado para a democracia brasileira. O Brasil enfrenta o desafio de fortalecer suas instituições e reduzir a polarização, enquanto o governo Lula busca reverter o declínio em um contexto global de regressão democrática. O impacto das decisões judiciais e a estabilidade política serão cruciais para o desempenho do país em futuros rankings.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...