José Dirceu, figura central do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-ministro da Casa Civil, foi convidado para ministrar a Aula Inaugural de um curso sobre "Extrema Direita" organizado pela Fundação Perseu Abramo, do PT, em 9 de janeiro de 2025. Este evento é parte de uma série de palestras destinadas a analisar a ascensão da extrema direita no Brasil e no mundo, mas a escolha de Dirceu como palestrante principal levanta questões éticas e de credibilidade, dado seu histórico criminal.
Dirceu, que já foi um dos arquitetos do governo Lula, é conhecido não apenas por sua atuação política mas também por suas condenações judiciais. Foi condenado no âmbito do escândalo do Mensalão por corrupção ativa, recebendo uma pena de 7 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto. Posteriormente, na Operação Lava Jato, foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e recebimento de vantagem indevida, somando penas que superavam os 30 anos de prisão.
Em sua aula, Dirceu abordou temas como a polarização política e o uso das redes sociais para disseminar notícias falsas, estratégias que, ironicamente, ele foi acusado de utilizar em seus esquemas de corrupção.
Críticos argumentam que sua condenação no Mensalão, onde foi considerado o "chefe da quadrilha", e nas investigações da Lava Jato, que o acusaram de ser beneficiário de propinas milionárias da Petrobras, minam sua autoridade para discutir ética e democracia.
A escolha de Dirceu para tal evento é vista por muitos como um sinal da hipocrisia do PT, que utiliza figuras controversas para promover sua narrativa política enquanto ignora os crimes cometidos por seus líderes. A crítica se intensifica quando se considera que Dirceu, ao falar sobre a extrema direita, pode estar projetando as falhas e métodos de seu próprio partido, especialmente no que diz respeito à manipulação de narrativas e a corrupção política.
Postagens no X e notícias sobre a aula inaugural de Dirceu refletem essa polarização. Enquanto alguns veem o curso como uma tentativa de discussão intelectual, outros questionam a moralidade de dar plataforma a alguém que foi condenado por crimes graves contra o Estado e a sociedade brasileira. O evento, portanto, não só visa abordar a extrema direita mas também coloca em debate a credibilidade e a moralidade daqueles que a criticam, especialmente quando esses têm um passado de corrupção e condenações judiciais.
