O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu às acusações feitas por seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, em acordo de delação premiada, classificando-as como “absurdas” e afirmando que Cid estava sendo chantageado. Segundo Bolsonaro, não houve nenhuma tentativa de golpe de Estado, mas ele admitiu ter discutido com aliados a possibilidade de decretar estado de sítio após as eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente. As declarações de Cid fazem parte de uma investigação em andamento, que apura uma suposta tentativa de golpe, sendo os depoimentos mantidos sob sigilo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O caso ganhou grande repercussão quando, no último sábado (25), o jornal Folha de S. Paulo divulgou parte do conteúdo da delação premiada de Mauro Cid, que até então estava sob sigilo. A informação foi revelada pelo colunista Elio Gaspari, gerando um grande alvoroço no cenário político e nas redes sociais. Cid, que trabalhou diretamente com Bolsonaro durante o período presidencial, acusou o ex-presidente e sua família de estarem envolvidos em um movimento para contornar os resultados das eleições de 2022, o que teria incluído discussões sobre ações radicais.
No entanto, Jair Bolsonaro refutou as alegações de Mauro Cid, afirmando que as acusações surgiram devido a uma pressão de chantagem sobre o ex-ajudante de ordens.
Segundo o ex-presidente, as acusações não são verdadeiras e fazem parte de uma tentativa de incriminá-lo. Bolsonaro ressaltou que, embora tenha discutido com aliados a possibilidade de decretar estado de sítio, tal medida não chegou a ser efetivada. Essa afirmação gerou novos questionamentos sobre os bastidores do período pós-eleitoral e o clima político tenso que prevaleceu durante a transição de governo.
A delação premiada de Mauro Cid não se limita apenas a acusações contra Bolsonaro. Segundo ele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro estariam envolvidos em um grupo mais radical que orbitava ao redor do ex-presidente.
A revelação causou surpresa, principalmente entre os aliados políticos de Bolsonaro, que sempre se mostraram próximos ao deputado e à ex-primeira-dama.
O deputado Eduardo Bolsonaro, que também é filho do ex-presidente, se manifestou publicamente para negar as acusações e classificá-las como “falaciosas” e “absurdas”. Ele alegou que não havia fundamento nas declarações de Mauro Cid e reafirmou o compromisso com os valores democráticos e com a Constituição. A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também se manifestou, repudiando as acusações e alegando que a sua postura sempre foi pautada pela busca pela paz e pela justiça.
Outro nome citado na delação foi o do senador Jorge Seif (PL-SC), que também negou veementemente as alegações de Mauro Cid. Seif descreveu as acusações como “mentirosas” e “infundadas”, chamando-as de uma tentativa de desestabilizar o governo de Bolsonaro e seus aliados. Em resposta, o senador afirmou que os depoimentos de Cid carecem de qualquer base real e que ele não fazia parte de nenhum grupo radical próximo ao ex-presidente.
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