Lula já começou a sentir os impactos da vitória de Donald Trump nas eleições americanas, e isso nem sequer ocorreu de forma plena, já que o republicano ainda não tomou posse. A partir de janeiro, a situação do petista e de outros aliados do governo brasileiro, como o ministro Alexandre de Moraes, deve se agravar ainda mais. A derrota política de Lula e sua tentativa de fortalecer o Brasil no cenário internacional sofrerão um revés importante com a ascensão de Trump ao poder.
O jornalista William Waack, em uma análise precisa, apontou duas consequências imediatas que o governo de Lula já está enfrentando. Primeiro, o esvaziamento de dois palcos importantes em que o governo brasileiro depositava esperanças de projetar uma imagem internacional de destaque. O G20, sem a presença de Trump, perde consideravelmente sua relevância, pois a liderança americana tem peso significativo nesse foro. A ausência de um governo republicano no palco global, especialmente com a força de Trump, enfraquece as chances de Lula e de seu governo de exercer influência em questões de importância internacional.
Outro golpe importante para as pretensões do governo petista foi a reunião da ONU sobre clima, marcada para Belém, no Pará, na qual o Brasil pretendia se destacar com a agenda ambiental. A perda de protagonismo para o governo brasileiro é evidente, especialmente considerando que Trump tem se mostrado um crítico contundente das políticas ambientais defendidas por setores progressistas. A expectativa que o governo brasileiro tinha de atuar com uma postura de liderança internacional está se desmoronando diante da volta de Trump ao poder, que tem suas próprias visões e estratégias em relação às questões globais.
Essa nova realidade coloca Lula em uma situação delicada, especialmente diante da pressão para manter uma imagem internacional favorável.
O petista, que sempre tentou se alinhar com as agendas internacionais mais progressistas, verá seus planos se esfacelarem diante da recuperação da força do conservadorismo global com a liderança de Trump. Os efeitos para o Brasil, nesse contexto, não são apenas simbólicos; eles têm impacto direto na política externa e nas alianças que o Brasil pode buscar em termos econômicos, comerciais e diplomáticos.
A volta de Trump ao poder será um pesadelo para Lula, não apenas pelo impacto imediato na projeção do Brasil, mas também pelas mudanças geopolíticas que se desenham com a reaproximação de potências conservadoras.
O que parecia ser uma oportunidade de maior autonomia para o governo brasileiro no cenário global rapidamente se tornará um obstáculo diante da nova dinâmica internacional que se forma.
O governo de Lula terá que lidar com a dura realidade de que, com Trump de volta à Casa Branca, as suas aspirações de se tornar um protagonista internacional enfrentam um cenário muito mais adverso. A vitória de Trump é um lembrete de que, na política global, as alianças e as posturas podem mudar drasticamente, e quem se alinhou ao projeto de poder petista pode perceber que esse tipo de relação precisa ser reavaliado à luz de uma nova liderança mundial.
O balde de gelo jogado nos planos do lula com a eleição de Trump que ainda nem assumiu. pic.twitter.com/DeF4ukpd49
— 𝒯𝓈𝓊𝓀𝒾 ☭⃠ (@Fa1ryNight) November 12, 2024