Vitória de Trump acende alerta vermelho no PT: estratégia para 2026 está em Jogo

O resultado das eleições municipais e a vitória de Donald Trump nos EUA geraram grande apreensão no PT, que vê a ascensão conservadora global como uma ameaça real. A reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral, marcada para a próxima semana, indica uma tentativa do partido de entender o avanço dessa onda conservadora e de recalibrar sua estratégia para 2026. É interessante observar que lideranças petistas reconhecem o impacto das vitórias de figuras como Javier Milei, na Argentina, e de Trump, que indicam um cansaço crescente com políticas de esquerda e um desejo por alternativas mais à direita. Para o PT, essa nova realidade representa uma necessidade de fazer concessões e abandonar certas alianças. A proposta de encerrar a federação com o PCdoB e o PV é uma admissão de que o eleitorado médio rejeita pautas radicais, especialmente em costumes. Abandonar essas alianças pode facilitar acordos com o “centrão” e com figuras da centro-direita, buscando uma estratégia mais pragmática que preserve alguma relevância política frente ao crescimento de forças conservadoras. O senador Humberto Costa e outros líderes do PT tentam, assim, construir um diagnóstico que permita ao partido rever seu discurso e suas alianças, especialmente em estados e municípios onde a direita já possui grande força.

No entanto, essa tentativa do PT em se alinhar ao “centrão” evidencia a falta de uma liderança sólida e inovadora no campo progressista, algo que o próprio partido já reconheceu internamente. A base histórica do partido poderá interpretar essas concessões como fraqueza e falta de coerência, o que pode afastar até mesmo eleitores tradicionais. Esse “recrudescimento da direita” que tanto preocupa o PT é, na verdade, o reflexo de um cansaço populacional com uma série de pautas e discursos de esquerda que, aos olhos de muitos, falharam em trazer progresso concreto.

Enquanto figuras como Eduardo Bolsonaro e outros líderes conservadores brasileiros comemoram a vitória de Trump, o PT se vê em uma posição delicada, obrigado a recalcular seus passos e a observar cuidadosamente o comportamento eleitoral que vem se desenhando. De toda forma, esse movimento global aponta para um ciclo de fortalecimento do conservadorismo, um cenário que pode ser ainda mais difícil para o PT se ele continuar sem alternativas de liderança e com pouca capacidade de adaptação às demandas populares mais recentes.