Para PT, que apoia o ditador Maduro, êxito de Trump é alerta à democracia

A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos parece ter causado uma reação nervosa no PT e no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Com a ascensão de líderes conservadores e o fortalecimento da direita no cenário global, fica claro o temor do PT em relação ao efeito que essa onda possa ter no Brasil. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, enxerga a eleição de Trump como um “alerta” para o campo progressista, apontando para as dificuldades que o partido deve enfrentar nas eleições de 2026, especialmente em um cenário onde o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém um apoio popular significativo. Enquanto Lula parabenizou Trump em um tom institucional, reconhecendo o valor da democracia, Gleisi subiu o tom ao falar em “preparação para enfrentar” a direita no Brasil. A ausência de novos líderes emergentes na esquerda é um problema evidente, uma vez que o próprio Lula, com idade avançada, dificilmente será a figura de liderança em uma próxima eleição. E a reação de Bolsonaro, comemorando a vitória de Trump, reafirma o alinhamento entre as direitas brasileiras e norte-americanas, que compartilham uma agenda de liberdade, soberania e oposição ao que chamam de “ameaça socialista”. Vale notar o contraste nas palavras do PT ao falar de “democracia” no cenário internacional.

Enquanto Gleisi critica o fortalecimento da direita, o PT segue apoiando Nicolás Maduro, cujo regime é marcado por falta de transparência eleitoral e acusações graves de fraude. É uma postura contraditória que destaca o alinhamento seletivo do partido, buscando parcerias onde o socialismo e a esquerda são fortalecidos, mas ignorando o apelo democrático. Lula, ao não se posicionar firmemente sobre o regime chavista, se distancia de uma postura de coerência, deixando clara a dificuldade do PT em alinhar discurso e prática.

Essa situação deixa o partido e o governo Lula em uma posição frágil, especialmente se Bolsonaro, com sua base de apoio robusta, conseguir viabilizar uma candidatura em 2026. A direita se inspira na trajetória de Trump, que, mesmo diante de enorme resistência da mídia e do establishment, segue conquistando apoio popular. A chamada de Bolsonaro ao “caminho da verdadeira democracia” sugere uma mobilização crescente da direita no Brasil, que vê na vitória de Trump um sinal de fortalecimento para suas próprias pautas conservadoras e nacionalistas.

Com a polarização intensificada, o Brasil poderá assistir a um novo ciclo de disputas ideológicas, onde o PT deverá buscar novos caminhos ou lideranças para conter o crescimento de uma direita cada vez mais organizada e inspirada em líderes como Trump e Bolsonaro. Enquanto a esquerda se preocupa com a “ameaça” que a direita representa, a base conservadora sente-se renovada e pronta para enfrentar os desafios eleitorais que virão.