Pacheco ignora maioria e engaveta pedido urgente contra decisões de Moraes no Senado e revolta Senador, Veja o vídeo
O episódio protagonizado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o senador Marcos do Val expôs, mais uma vez, a política interna da Casa e os desafios enfrentados por parlamentares que se opõem ao status quo estabelecido. O requerimento assinado por 42 senadores, que tinha a clara intenção de derrubar as liminares do ministro Alexandre de Moraes, foi “atropelado” por Pacheco, que ignorou a vontade expressa da maioria dos senadores e transferiu o assunto para a análise de órgãos sob seu controle, como a Advocacia do Senado.
A atitude de Pacheco gerou revolta, especialmente porque o requerimento estava em conformidade com a Constituição e visava garantir as prerrogativas dos parlamentares, que, segundo Marcos do Val, estão sendo sistematicamente violadas pelas ações do ministro do STF.
Marcos do Val foi enfático ao criticar o presidente do Senado, apontando que, embora o requerimento tivesse o apoio de uma expressiva maioria de senadores, Pacheco tratou o assunto com desdém e falta de seriedade. O senador lembrou a urgência do tema e ressaltou que o problema não é novo. Segundo ele, a violação de suas prerrogativas parlamentares já ocorre há dois anos, e as ações do ministro Alexandre de Moraes, como as liminares que restringem suas funções, são claras ilegalidades que precisam ser corrigidas.
Ao invés de resolver o problema, Pacheco preferiu se valer da burocracia para empurrar a questão para uma análise mais demorada, negando a solução imediata que a maioria dos senadores demandava. O presidente do Senado, ao desconsiderar a urgência e o apoio da maioria, expôs ainda mais sua postura alinhada com os interesses do Supremo Tribunal Federal, ao invés de defender as prerrogativas da Casa Legislativa. Essa atitude gerou críticas de Marcos do Val, que se mostrou indignado não só com o tratamento dado por Pacheco, mas também com a resistência de alguns colegas do Senado em enfrentar as ilegalidades cometidas por Moraes. Para o senador do Espírito Santo, a situação vai além de uma questão política; trata-se de uma violação de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e a preservação do mandato parlamentar.
O debate em torno desse requerimento expôs também as tensões entre as esferas de poder. Enquanto Pacheco parece se alinhar com os interesses do Supremo, Marcos do Val faz um apelo pela defesa da independência do Senado e das prerrogativas dos parlamentares. Ele foi claro ao afirmar que a questão não pode ser ignorada, pois envolve a sobrevivência de seu mandato, a manutenção de seu gabinete e a liberdade de ação dentro de suas funções parlamentares. Para ele, não há margem para discussões: as ilegalidades são evidentes e precisam ser enfrentadas diretamente.
Ao ignorar a vontade da maioria dos senadores, Pacheco acaba por fragilizar a imagem do Senado e reforçar a impressão de que o parlamento não é independente, mas submisso a outros poderes. Isso cria um ambiente de desconfiança entre os parlamentares e a população, que vê na situação uma clara tentativa de silenciar aqueles que questionam os abusos de poder no país. A postura de Pacheco, ao empurrar o requerimento para os “trâmites burocráticos”, reflete uma tentativa de manter o status quo, mesmo quando isso significa desrespeitar a própria Constituição.
Esse episódio destaca um cenário preocupante para a democracia, em que as instituições estão sendo pressionadas e testadas. O Congresso Nacional, particularmente o Senado, deve ser um campo de resistência às arbitrariedades, e a reação de Marcos do Val mostra que nem todos os senadores estão dispostos a se submeter ao controle externo, especialmente quando se trata da preservação das liberdades constitucionais. A movimentação contra as liminares de Moraes é uma batalha que transcende o conflito político atual e reflete uma luta pela manutenção dos direitos e garantias fundamentais que sustentam o Estado democrático de direito.