Felipe Neto é o influenciador de crianças que virou o porta-bandeiras da esquerda tupiniquim. Pense em uma pauta “progressista”, qualquer uma: lá estará Felipe Neto, defendendo com paixão. Mas parece que, agora, o influenciador foi pego no contrapé.
O ministro Haddad, na sua ânsia por aumentar a carga tributária, publicou a lista completa de todas as empresas que, de alguma forma, se beneficiam de isenções fiscais. Para a surpresa geral da nação, a empresa de Felipe Neto, Play9, estava lá, tendo sido agraciada com mais de R$ 14 milhões em isenção fiscal dentro do Perse – Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos.
Como o próprio nome diz, o programa era emergencial (por conta da pandemia), e tinha como objetivo ajudar as empresas de eventos, pois, obviamente, essas empresas perderam o seu faturamento com o distanciamento social.
Espertamente, a Play9 conseguiu se enquadrar em um dos setores previstos no Perse (produtora de filmes para publicidade) com a ajuda de um escritório de advocacia dos “mais respeitados em direito tributário do Brasil”, conforme a nota oficial da empresa, anexada abaixo. A coisa não deve ter sido simples, pois a demanda teve que ser “aprovada pela justiça”.
O tom pitoresco da nota oficial está na acusação de “tentar associá-lo a questões ideológicas e políticas”, como se Felipe Neto, ele próprio, não fosse extremamente ativo nas redes sociais em “questões ideológicas e políticas”.
Mas vejamos um pouco mais de perto a Play9. Visitando o site (https://tinyurl.com/yc4s6d24), verificamos que a empresa se apresenta como um “ecossistema de desenvolvimento de conteúdo e expansão de audiência para marcas e influenciadores”. Entre suas atividades temos, basicamente, o apoio a influenciadores, elaborando e executando estratégias comerciais.
Mesmo que houvesse a produção de conteúdo, o Perse tinha como objetivo ajudar empresas que produziam eventos externos, que envolviam aglomeração de pessoas, como shows, espetáculos e celebrações. Anúncios publicitários continuaram a ser produzidos normalmente durante a pandemia. Portanto, ocorreu um claro abuso de forma, chancelado pela justiça com o prestimoso apoio de um dos mais “respeitados escritórios de direito tributário do Brasil”, que deve ter levado a sua parte sobre os R$ 14 milhões.
O influenciador se defendeu (https://tinyurl.com/mufffty7), afirmando que ele é apenas um sócio minoritário da Play9, e que sua empresa, Netolab, não se beneficiou do Perse. Curioso para saber de onde vem a maior parte de seu faturamento, mas vamos deixar isso para lá. No site da Play9, Felipe Neto aparece como um dos sócios-fundadores, ao lado de João Pedro Paes Leme e Marcus Vinicius Freire.
Pesquisando a estrutura societária da Play9 (https://tinyurl.com/2j3jt9zn), temos a Felipe Neto Participações Ltda (empresa de Felipe Neto), a Alter Content Mídia Ltda (empresa de João Pedro e Marcus Vinicius) e o FIP M4 Ventures como os “sócios representantes” da empresa. Este último entrou na sociedade em dezembro/23 aportando R$ 5 milhões, segundo a CVM (https://tinyurl.com/36ztwsvj). Este FIP tem como único cotista um outro fundo, do qual não fica claro quem são os cotistas pessoas físicas. O que chama a atenção é a estrutura toda, sempre por meio de empresas e fundos de investimentos, típico de um refinado planejamento tributário. Lembrando que dividendos não pagam impostos no Brasil, e todo mundo aqui recebe a sua renda via dividendos não tributados. E o que a empresa deveria pagar de IR, não pagou por conta do Perse.
Na época das Olimpíadas, Felipe Neto tuitou a respeito do imposto sobre os medalhistas olímpicos (https://tinyurl.com/mjhmn39z), afirmando que “impostos são cobrados em quase todos os países, e se alguém ganha muito, tem que pagar mais”. E continua: “se isentam um medalhista, vão isentar também o jogador que recebe 2M por mês”. E conclui, em caixa alta: “TEM QUE ISENTAR O POBRE!”.
A considerar a isenção para a Play9 e toda a estrutura societária da empresa, Felipe Neto deve se considerar um pobre merecedor de isenções. E não estou fazendo piada. Nesse tuíte (https://tinyurl.com/yc5xht9m), Felipe Neto tenta se defender justamente da acusação de ser hipócrita ao criticar o “acúmulo exagerado de capital”, ao dizer que é sim, milionário, mas que isso não é um problema, o problema é ser “BI-lionário”. O texto completo é o seguinte:
“O que que é acúmulo exagerado de capital? Ninguém quer ouvir isso de mim, porque quando você escuta isso de alguém que é milionário (isso não é mistério pra ninguém, não tô falando isso pra me gabar) as pessoas dizem que o milionário tá apenas tentando se livrar de ser criticado. Gente, pesquise o Google qual a diferença entre milionário e bilionário. A crítica sobre acúmulo de riqueza não é sobre quem junta dezenas de milhões de reais, é sobre quem junta bilhões de reais ou dólares. No caso, você tem ideia que cinco brasileiros, cinco pessoas, detém o patrimônio equivalente a 120 milhões de brasileiros? Cinco. Isso é acúmulo exagerado de capital.”
Não sei o que é pior, ele dizer isso em um país com dezenas de milhões de miseráveis, ou recomendar o uso do Google para entender a diferença entre milionário e bilionário...
De qualquer forma, como se vê, não se pode acusar Felipe Neto de hipocrisia. Na visão dele, ele é tão pobre quanto eu ou você e, portanto, merece uma isenção tributária. Pense nisso.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper. Jornal da Cidade
Herói sem capa: Policial enfrenta sozinho trio de criminosos que mantinham família refém e salva todos, (Veja o Vídeo)
Imagens de câmera de monitoramento mostram o momento em que um brigadiano sozinho salva um casal e uma criança feitos reféns durante assalto na noite de terça-feira (1º) em Estância Velha. O confronto aconteceu uma agropecuária na Rua Walter Klein, no bairro Bela Vista. Nas cenas, o policial militar aparece armado em uma área externa da agropecuária. Em seguida, dois criminosos saem segurando as vítimas, que são seguidas por um cordeiro. "Foi uma situação inédita para mim", diz policial que salvou família refém de assalto em agropecuária de Estância Velha Criminoso que morreu após ser baleado durante assalto com reféns em Estância Velha usava tornozeleira eletrônica No momento em que os criminosos se aproximam de um carro estacionado em frente ao local, o policial se distancia em meio à rua. Os criminosos tentam embarcar com os reféns, mas o agente dispara um tiro em direção ao carro. O delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, explica que uma policial teria chegado...