Indignado com anulação das penas de Dirceu, parlamentar clama por Anistia e Impeachment de ministro

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) vocalizou a insatisfação de muitos ao criticar duramente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações de José Dirceu, figura central do PT e condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa no âmbito da Lava Jato. Para Cleitinho, essa reviravolta jurídica vai contra os princípios de uma justiça equilibrada e revela um padrão de favorecimento, beneficiando lideranças políticas de peso na esquerda e do PT, como Dirceu, que agora se vê apto a disputar cargos públicos novamente em 2026. O senador enfatizou que, em sua opinião, casos graves de corrupção, como os imputados a Dirceu, deveriam resultar em uma penalidade definitiva e excluí-lo da vida política, o que já demonstra um descompasso entre as ações judiciais e o desejo popular por uma política limpa.

Em um momento em que a decisão reacende as críticas sobre a interferência e parcialidade do STF, Cleitinho se comprometeu a usar os meios legislativos para impedir que José Dirceu se beneficie politicamente. Ele ainda manifestou indignação com o tratamento desigual dado aos presos acusados dos ataques às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023, que permanecem presos sem indícios de anistia, enquanto Dirceu, condenado por crimes graves, tem sua ficha limpa. O senador argumenta que, se o STF é capaz de anular as penas de um corrupto notório, a mesma postura de leniência deveria se aplicar àqueles que participaram dos protestos e que muitos consideram terem sido criminalizados em excesso.

Cleitinho propôs que o Senado obstrua votações até que seja apreciada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da anistia, que ele acredita ser a única forma de fazer justiça para os envolvidos nas manifestações. Ele convocou os senadores que apoiaram o impeachment de Alexandre de Moraes a se unirem nessa demanda, pressionando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a colocar a PEC em pauta. O senador espera que, dessa vez, o Senado exerça sua soberania, promovendo uma resposta institucional ao que considera ser um desequilíbrio judicial perigoso para a democracia.