Humberto Costa revela promessa de Alcolumbre ao PT e joga balde de água fria na esperança do impeachment
Cotado para assumir a presidência do Senado Federal no próximo ano, Davi Alcolumbre (União-AP) se comprometeu com a bancada de senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) a não pautar impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é uma das principais pautas da direita na Casa.
O senador Humberto Costa (PT-PE) explicou ao Metrópoles que a maior preocupação da bancada é com a pauta que será feita pelo novo presidente. “Hoje ainda temos que tentar barrar a proposta, a estratégia, o projeto e a pauta da extrema direita. Então, esse foi um grande questionamento que nós fizemos [a Alcolumbre].”
“E aí, por exemplo, queremos saber se você vai, se chegar pedido de impeachment contra alguém no Supremo, se você vai dar andamento a isso. Ele foi peremptório em dizer que não, essa pauta não faz parte do jogo que ele quer praticar lá no Senado Federal”, disse o petista.
PT está nas conversas finais antes de oficializar o apoio da bancada a Alcolumbre, como mostrou o Metrópoles. A legenda, porém, reivindica espaços de destaque na Mesa Diretora da Casa, e o amapaense tenta acomodar aliados de diferentes siglas.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia pedido a vice-presidência e o comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), cargos que já foram prometidos ao PL e ao MDB, respectivamente. “Nós vamos agora conversar com o presidente da República e vamos voltar a conversar com ele. Mas, se for esse o resultado final, pode ter certeza de que nós não aceitamos de bom grado. Achamos que não está sendo correta a chegada a esse ponto aí”, reforçou o parlamentar, mostrando que o processo eleitoral no Senado não está definido.
Costa também expôs a opinião de Alcolumbre sobre projetos contra o STF que tramitam na Câmara dos Deputados.
“O debate sobre a existência de mandato ou o debate sobre decisão monocrática ou não, o próprio Supremo já regulamentou isso. Mas outras coisas, como querer submeter ao Parlamento o teor das decisões do Supremo, isso é uma coisa inteiramente absurda. E ele nos disse que esse tema não está no desejo de discussão que ele quer fazer”, explicou o senador.