Erro de controle aéreo quase causa tragédia em aeroporto brasileiro

Um recente relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) trouxe à tona um incidente alarmante que ocorreu em dezembro de 2020 no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O evento envolveu uma quase colisão entre um Embraer ERJ-195 da Azul, que vinha do Rio de Janeiro, e um Boeing 737-800 da Gol, que aguardava para decolar com destino a Salvador. Esse grave erro de um controlador de tráfego aéreo poderia ter resultado em uma tragédia de grandes proporções. Durante o incidente, o controlador autorizou simultaneamente o pouso da aeronave da Azul e manteve o avião da Gol na pista, criando uma situação crítica e de alto risco. A rápida percepção da tripulação do voo da Gol em relação ao perigo iminente foi fundamental; eles alertaram imediatamente a Torre de Controle, o que levou o controlador a ordenar uma manobra de arremetida ao voo da Azul. Essa ação de emergência foi crucial para evitar uma colisão, com as duas aeronaves chegando a ficar a apenas 22 metros de distância uma da outra.

Felizmente, não houve feridos entre os passageiros ou tripulantes, e as aeronaves não sofreram danos significativos. No entanto, a gravidade do incidente ressalta a importância da vigilância constante e da precisão nas operações de controle de tráfego aéreo, uma vez que falhas desse tipo podem ter consequências catastróficas. O relatório do CENIPA também destacou que o controlador envolvido, apesar de ter 11 anos de experiência, estava lidando com problemas pessoais e enfrentava dificuldades, como a falta de sono, que afetaram seu desempenho naquele dia crítico.

Colegas o descreveram como um profissional dedicado e de boa reputação, conhecido por seu bom humor e comprometimento com o trabalho, o que levanta questões sobre a pressão e as condições que os controladores enfrentam no exercício de suas funções. A análise desse incidente é um chamado à ação para melhorar as condições de trabalho e apoio psicológico para os controladores de tráfego aéreo, a fim de garantir que possam operar em níveis ideais de desempenho. A segurança da aviação depende não apenas de tecnologia avançada, mas também da capacidade humana de tomar decisões críticas sob pressão.

Esse evento ressalta a necessidade de uma revisão das práticas e protocolos de trabalho no setor aéreo, garantindo que situações de risco sejam minimizadas e que a segurança dos passageiros continue sendo a prioridade máxima. As autoridades competentes devem considerar medidas preventivas para evitar que falhas semelhantes ocorram no futuro, protegendo assim a integridade das operações aéreas e a vida das pessoas.