Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal, se pronunciou sobre as explosões na Praça dos Três Poderes, sendo uma delas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (13/11). Em vídeo publicado no YouTube, Dallagnol afirma que o ataque terá “consequências sinistras” para a direita, principalmente para os presos e réus do 8 de Janeiro. Isso porque, no último dia 29 de outubro, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) criou uma comissão especial para a proposta de anistiar presos por participação ou financiamento dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
O texto virou uma pauta crucial da direita brasileira.
No entanto, Dallagnol teme que o atentado dessa quarta-feira possa dificultar a aprovação do “PL da Anistia”, já que o autor do ataque, Francisco Wanderley Luiz, que se explodiu em frente ao STF, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL). Segundo Deltan, isso fez com que muitos associassem o homem-bomba ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é do mesmo partido.
Em respostas aos ataques, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos” e que “o criminoso anistiado é um criminoso impune”.
Por isso, Dallagnol acredita que o ocorrido servirá como uma justificativa para endurecer ainda mais as penas contra os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e inviabilizar a anistia. “A explosão do STF vai ter consequências sinistras, e nenhuma vai ser boa pra direita. Independentemente do que ele queria com esse ato, a gente precisa reafirmar que nós, da direita, repudiamos todo e qualquer tipo de ato de violência. Violência nunca vai ser a resposta”, disse Dallagnol. “Já estão falando que isso [o ataque com bombas] dá consistência ao discurso de que a democracia segue ameaçada”, criticou Dallagnol.
STF está “controlando” o Congresso, diz Deltan
Segundo Dallagnol, após as explosões, ministros do STF teriam manifestado aos líderes do Congresso a sua posição de “tolerância zero” para com qualquer tentativa de discutir anistia aos réus de 8 de Janeiro.
“Não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso”, teria sido a mensagem enviada por ministros do STF a parlamentares.
Para Dallagnol, essa postura é uma afronta ao papel independente do Congresso e um exemplo do que chamou de “controle excessivo” por parte do Supremo.
“Desde quando o Congresso depende de permissão do STF para discutir alguma coisa?”, questiona.
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