O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, avalia como um “equívoco” conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro antes mesmo da condenação. – A anistia antes mesmo da condenação parte do pressuposto de que não aconteceu nada grave nem relevante, acho que é um equívoco – declarou a jornalistas na sede da Corte.
– A discussão sobre anistia é uma discussão própria do Congresso, pela Constituição. Agora, geralmente você não anistia antes sequer de ter julgado, e acho que passar a mão na cabeça em episódios como o que ocorreram aqui isso aqui foi tudo destruído, com pessoas que se articularam. O discurso de que algumas pessoas inocentes e ingênuas estiveram aqui não é um discurso verdadeiro – afirmou.
Barroso também disse que os inquéritos que investigam os autores intelectuais e financiadores dos atos de 8 de janeiro estão “perto do fim”. Ele disse que teve essa impressão após conversas com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre o 8 de janeiro, e com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos.
– Acho que nós já estamos perto do fim para esse material ser entregue ao procurador-geral da República, que aí, sim, vai verificar em relação a quem há provas e em relação a quem não há provas – disse. Barroso afirmou ainda que “já está em boa hora de nós conseguirmos concluir essa investigação, uma investigação complexa, com muitas testemunhas, muitas pessoas ouvidas”.
“NÃO HOUVE FALHA ALGUMA NA SEGURANÇA, PELO CONTRÁRIO”
Barroso negou que uma falha de segurança no Tribunal tenha facilitado as explosões na Praça dos Três Poderes. Um homem morreu após detonar explosivos em frente ao STF na noite de quarta-feira (13).
– Absolutamente não houve falha alguma na segurança, pelo contrário. A Polícia Judicial e os agentes de segurança prontamente interceptaram a pessoa, que ameaçadoramente se aproximou do prédio, e evitaram que ele entrasse – disse a jornalistas.
Barroso se reuniu na tarde de hoje com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O ministro disse que ela “ofereceu toda a ajuda possível” para as investigações, realizadas pela Polícia Federal (PF) e relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo. De acordo com Barroso, ainda não se sabe se foi um ato solitário ou se foi planejado em grupo.
– A investigação ainda está em curso, portanto, não há um conhecimento completo do que ocorreu, se foi uma pessoa solitária, se foi um grupo.
*AE
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