A queda na audiência da Globo durante o feriado prolongado de 15 de novembro reflete uma tendência que vem sendo observada: o desinteresse crescente do público por parte da programação da emissora, especialmente em momentos de maior disponibilidade para outras formas de entretenimento. Essa situação evidencia a dificuldade da Globo em manter sua hegemonia diante da concorrência de plataformas de streaming, redes sociais e outros meios de comunicação.
O desempenho do Jornal Nacional, que registrou sua terceira pior audiência do ano para uma sexta-feira, destaca como até mesmo seu produto mais emblemático enfrenta desafios. Essa queda pode ser interpretada como uma combinação de fatores: mudanças nos hábitos de consumo de informação, críticas ao viés editorial do telejornal e, naturalmente, o impacto de um feriado prolongado, que costuma modificar a rotina dos telespectadores.
As novelas, que sempre foram pilares da audiência da emissora, também têm enfrentado dificuldades.
A diminuição de quase 10% em "Alma Gêmea", mesmo sendo uma reprise de grande sucesso, revela que o apelo nostálgico não é mais suficiente para manter números consistentes. Essa queda acompanha a tendência de desgaste do formato tradicional de telenovelas diante de produções mais dinâmicas e modernas encontradas em serviços como Netflix e Prime Video.
Já os programas de entretenimento, como "Garota do Momento" e "Volta por Cima", demonstram que a Globo ainda não encontrou uma fórmula eficaz para engajar o público nesses horários.
A perda de 7% na audiência em ambos indica que falta inovação e conexão com os interesses do público jovem, que tem buscado conteúdos mais interativos e diversificados.
Esses resultados também levantam dúvidas sobre a capacidade da Globo de se adaptar às novas realidades do mercado. Se a emissora não ajustar sua estratégia, buscando maior diversidade de conteúdo e explorando formatos mais interativos, poderá continuar enfrentando desafios significativos para reter sua audiência.
Por outro lado, esse cenário abre espaço para que outras emissoras e plataformas se consolidem como alternativas viáveis. A pluralidade na comunicação e no entretenimento é sempre bem-vinda, mas cabe à Globo refletir sobre seu papel atual e o que precisa ser feito para reconquistar a confiança e a atenção do público.
